A cúpula do G-20, cada vez mais irrelevante, concluiu com certos sinais que o BRICS + será o caminho a seguir para a cooperação Global do Sul. A qualidade redentora de um G-20 tenso realizado em Bali –, de outra forma gerenciado pela louvável graciosidade indonésia –, era definir nitidamente para que lado os ventos geopolíticos estão soprando. Isso foi encapsulado nos dois destaques da Cúpula: a tão esperada reunião presidencial China-EUA –, representando a relação bilateral mais importante do século XXI – e a declaração final do G20.
Por mais que o G20 seja auto descrito como “o principal fórum de cooperação econômica global”, e se comprometa a “enfrentar os principais desafios econômicos do mundo,” os países do G-7 dentro do G-20 em Bali tiveram o cume de fato seqüestrado pela guerra Rússia x Ucrânia. O termo Guerra ficou quase com o dobro do número de menções na declaração final em comparação com “alimento”, afinal.
O ocidente (hospício liberal, LGBTQ+, transgênero, transhumanista, et caterva) coletivo, incluindo os estados vassalos japonês e sul coreano, estava empenhado em incluir a guerra na Ucrânia e seus impactos econômicos, especialmente a crise de alimentos e energia – na declaração final da cúpula. No entanto, sem oferecer nem um tom de contexto, relacionado à expansão da OTAN. O que importava era culpar a Rússia – por tudo.
A agressão russa “é o mantra padrão da OTAN” não compartilhado por praticamente todo o Sul Global.
A declaração traça uma correlação direta entre a guerra e um agravamento não contextualizado “de problemas prementes na economia global – retardando o crescimento econômico, aumentando a inflação, interrompendo as cadeias de suprimentos, piorando custos da energia, segurança alimentar e riscos aumentados para a estabilidade financeira”.
Quanto a esta passagem, não poderia ser mais evidente: “O uso ou ameaça de uso de armas nucleares é inadmissível. A solução pacífica de conflitos, os esforços para enfrentar as crises, bem como a diplomacia e o diálogo, são vitais. A era de hoje não deve ser de guerra”.
Isso é irônico, uma vez que a OTAN e seu departamento de relações públicas, os lacaios da UE, representados pelos eurocratas não eleitos da Comissão Europeia em Bruxelas, não fazem diplomacia e nem buscam o diálogo.
Em vez disso, os EUA, que controlam a OTAN, armam a Ucrânia, desde março, por um enorme custo de US$ 91,3 bilhões, incluindo o mais recente pedido presidencial este mês, de US$ 37,7 bilhões. Isso é 33% a mais do que o total do orçamento de defesa anual da Rússia em 2022.
Compondo a imagem, tivemos o sinistro mestre do WEF de Davos, o judeu khazar Klaus Schwab, mais uma vez no fórum de negócios G-20, vendendo sua agenda de Great Reset de “reconstruir o mundo” através de pandemias, fomes, mudanças climáticas, ataques cibernéticos e… mais guerras , é claro.
Como se isso não fosse ameaçador o suficiente, os oligarcas psicopatas do WEF de Davos e seu Fórum Econômico Mundial estão ordenando que a África – seja completamente excluída do G-20 – para pagar $ 2,8 trilhões para “cumprir suas obrigações” nos termos do Acordo de Paris para minimizar as emissões de gases de efeito estufa.
Os 10 membros da ASEAN deixaram bem claro que continuam dispostos a seguir os EUA e o G-7 em sua demonização coletiva da Rússia e em muitos aspectos da China.
É seguro dizer que o G-20 pode ter mergulhado em um caminho irrecuperável em direção à irrelevância. Mesmo antes da atual onda do sudeste asiático – em Phnom Penh, Bali e Bangkok – Lavrov já havia sinalizado o que vem a seguir quando observou que “mais de uma dúzia de países” se inscreveram para participar da comunidade BRICS ( Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul ).
Irã, Argentina e Argélia se inscreveram formalmente: o Irã, ao lado da Rússia, Índia e China, já faz parte da Eurásia no que realmente importa.
Peru, Arábia Saudita, Egito e Afeganistão estão extremamente interessados em se tornar membros do BRICS. A Indonésia acabou de se inscrever, em Bali. E depois há a próxima onda: Cazaquistão, Emirados Árabes Unidos, Tailândia, Nigéria, Senegal e Nicarágua.
O próprio Lavrov observou que levará tempo para os cinco países BRICS originais analisarem as imensas implicações geopolíticas e geoeconômicas da expansão a ponto de atingir virtualmente o tamanho do G-20 – e sem a presença de nenhum país (do Hospício) do Ocidente.
O que une os países candidatos acima de tudo é a posse de enormes recursos naturais: petróleo e gás, metais preciosos, terras raras, minerais raros, carvão, energia solar, madeira, terras agrícolas, pesca, e água doce. Esse é o imperativo quando se trata de projetar uma nova moeda de reserva baseada em recursos (commodities) para contornar o dólar americano.
Vamos supor que pode levar até 2025 para que essa nova configuração do BRICS + esteja em funcionamento. Isso representaria aproximadamente 45% das reservas globais confirmadas de petróleo e mais de 60% das reservas globais confirmadas de gás (e isso aumentará se a república do gás do Turcomenistão se juntar mais tarde ao grupo).
Tal como está, os cinco países do BRICS representam 40% da população global e 25% do PIB. O BRICS + reuniria 4.257 bilhões de pessoas: mais de 50% da população global total como está sendo planejado.
O BRICS + estará se esforçando para a interconexão com um labirinto de instituições: as mais importantes são a Organização de Cooperação de Xangai (SCO); OPEP estratégico +, de fato liderado pela Rússia e Arábia Saudita; e a Iniciativa Cinturão e Rota da Seda (BRI) da China, a estrutura abrangente de comércio e política externa da China para o século XXI. Vale ressaltar que, desde cedo, todos os jogadores asiáticos cruciais se juntaram a iniciativa do BRI.
Depois, há os vínculos estreitos do BRICS com uma infinidade de blocos comerciais regionais: ASEAN, Mercosul, GCC (Conselho de Cooperação do Golfo), União Econômica da Eurásia (EEEU), Zona Comercial Árabe, Área de Livre Comércio Continental Africana, ALBA, SAARC, e por último, mas não menos importante, a Parceria Econômica Global Regional (RCEP), o maior acordo comercial do planeta, que inclui a maioria dos parceiros do BRI.
O BRICS + e o BRI são compatíveis em todos os lugares em que você o vê – desde a Ásia Ocidental e da Ásia Central ao Sudeste Asiático (especialmente Indonésia e Tailândia). O efeito multiplicador será fundamental –, pois os membros do BRI inevitavelmente atrairão mais candidatos ao BRICS +.
Isso inevitavelmente levará a uma segunda onda de candidatos do BRICS +, incluindo, certamente, Azerbaijão, Mongólia, mais três asiáticos centrais (Uzbequistão, Tajiquistão e a república do gás Turcomenistão), Paquistão, Vietnã, e Sri Lanka, e na América Latina, um forte contingente com Chile, Cuba, Equador, Peru, Uruguai, Bolívia e Venezuela.
Enquanto isso, o papel do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS (NDB), bem como do Banco de Investimento em Infraestrutura da Ásia, liderado pela China (AIIB) será aprimorado – coordenando empréstimos para melhorias de infraestrutura em todo o espectro, como o BRICS + será cada vez mais desatrelado aos ditames impostos pelo FMI e pelo Banco Mundial dominados pelos manipuladores e controladores da UE e dos EUA.
Todos os itens acima mal esboçam a largura e a profundidade dos realinhamentos geopolíticos e geoeconômicos mais adiante na estrada –, afetando todos os cantos das redes globais de comércio e cadeia de suprimentos. A obsessão (dos psicopatas do Hospício) do G-7 em isolar e/ou conter os principais jogadores da Eurásia está se voltando contra a estrutura do G-20. No final, é o G-7 que pode ser isolado pela força irresistível do BRICS + em rápida expansão.
Fonte:
https://thecradle.co/Article/Columns/18477
https://thoth3126.com.br/adeus-g-20-bem-vindo-brics/
Geopolítica e Exopolítica por Ana Lucia Ratuczne
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Notícias, análises e história envolvendo relações de poder entre os Estados e territórios, considerando as vias políticas, diplomáticas e militares, como também o estudo político dos principais atores, instituições e processos associados à vida extraterrestre.
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› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)