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Projeto Zona 30: Capital entra na luta pela redução de acidentes

Publicado em 12/11/2014 Editoria: Florianópolis Comente!


foto: Divulgação

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Primeira experiência acontece na Lagoa da Conceição, a partir de 7 de dezembro.

A Prefeitura de Florianópolis vai adotar a partir do dia 7 de dezembro o Projeto Zona 30, que reduz para 30 km/h a velocidade máxima nas vias urbanas com histórico de insegurança no trânsito. Projeto-piloto será executado em 1.686 metros de vias do centrinho da Lagoa da Conceição – tido  como importante "nó viário" da Capital – cuja velocidade permitida, hoje, é de 60 km/h.

O prefeito Cesar Souza Junior acena com a possibilidade de a iniciativa vir a ser implantada em outras áreas de Florianópolis. "Esse nome Zona 30 tem uma razão técnica", ressalta, tendo em vista estudos indicativos de que, num atropelamento, por exemplo, o risco de lesão aumenta gradativamente se a velocidade ultrapassa 30 km/h. Um pedestre tem cerca de 80% de chances de ser morto em um choque com um veículo a 50 km/h.

 "Não estamos inventando a roda. Estamos aplicando o que o mundo vem fazendo de positivo, tanto em mobilidade quanto em segurança no trânsito, num processo constante de humanização das cidades", comentou o superintendente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), Dácio Medeiros.

De acordo com ele, a implantação do Projeto Zona 30 também exige nova sinalização, para que os condutores de veículos saibam que estão entrando em área de baixa velocidade, além de campanha de conscientização. "É uma questão de consciência mesmo. É muito mais do que baixar a velocidade. É entrar numa cumplicidade", enfatizou.  

Na sequência, uma parte das largas vias do centrinho da Lagoa seriam demarcadas como áreas seguras para ciclistas. Mais tarde, estas vias seriam estreitadas pelo alargamento da faixa de passeio público, a ser compartilhado com ciclovias, para uso mais adequado de pedestres e ciclistas, e feita a requalificação urbana da região.

Benefícios

O diretor da Vigilância em Saúde de Florianópolis, Leandro Pereira Garcia, chama a atenção para o fato de que Florianópolis está entre as primeiras capitais brasileiras no ranking de mortes no trânsito resultantes de alta velocidade e uso de bebidas alcoólicas. Segundo o mapa da violência de 2012, a Capital tem média de 22 óbitos a cada 100 mil habitantes por ano.

É a maior média entre as capitais do Sul do Brasil, que ficam entre 14 e 15/100 mil habitantes. A taxa de óbitos no trânsito em Santa Catarina é três vezes maior do que a de homicídios.

Ainda segundo Garcia, são benefícios do Zona 30 o maior estímulo à atividade física e à saúde, a dinamização do comércio e a diminuição da criminalidade e da poluição.

Modelo 

Em 1983, um projeto-piloto na cidade de Buxtehude, na Alemanha, deu origem à primeira Zona 30. O modelo foi copiado em países como França, Bélgica, Itália, Holanda, Áustria, Reino Unido e Dinamarca. Na Áustria, a cidade de Graz chegou a radicalizar o movimento, estabelecendo o limite máximo de 30km/h em todo o perímetro urbano, desde 1992. Barcelona, na Espanha, completou, em 2010, mais de 200 quilômetros de Zonas 30.

Os resultados na Europa impressionam pela redução expressiva no número de acidentes. Em Londres, a queda foi de 40%, enquanto na Bélgica o índice chega a 72%.

No Brasil, o movimento pela redução da velocidade começou no Rio de Janeiro, em 2011, em Ipanema e na Ilha do Governador. Dados da Polícia Militar indicam que o número de acidentes com vítimas na Ilha do Governador caiu 75%, enquanto em Ipanema não há mais registros de acidentes com vítimas.

Com os resultados, a prefeitura carioca ampliou o programa para mais oito bairros, estimulando o uso da bicicleta como meio de transporte alternativo, não poluente e para pequenos deslocamentos, cuja segurança é garantida com a redução da velocidade máxima permitida.

 

 

 

 

› FONTE: Prefeitura de Florianópolis

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