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Metade dos mortos em acidentes de trânsito em Florianópolis é motociclista

Publicado em 09/09/2014 Editoria: Florianópolis Comente!


foto: Divulgação

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Nem mesmo a experiência de dez anos como motociclista e o cuidado na condução do veículo foram suficientes para evitar que Gilson Claiton Pires, de 31 anos, se envolvesse em um acidente de trânsito.

Há 12 anos residindo em Florianópolis, o vigilante, natural de Lages, foi atingido no dia 1º de agosto por outra moto enquanto aguardava para entrar na SC 401, da qual resultou o rompimento do tendão da sua perna esquerda.

O fato ilustra o tipo de ocorrência que tem se tornado cada vez mais comum na capital catarinense, e que a coloca entre as cidades com o trânsito mais violento em todo o país. Um estudo realizado em 2013 pela Rede Vida no Trânsito, grupo composto pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ministério Público, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Estadual, Instituto Médico Legal, Via Ciclo, além de órgãos públicos de saúde, comprovou que metade dos mortos em acidentes de trânsito na Capital envolve motociclistas, cerca de 50 por ano.

Somente o Hospital Governador Celso Ramos, uma das principais unidades de saúde de Florianópolis no atendimento a casos de emergência em ortopedia, recebe, em média, um novo caso a cada 40 minutos. Desde que assumiu o comando da instituição, em janeiro de 2013, Libório Soncini já contabilizou 4.248 atendimentos na especialidade médica.

Destes, 2.732 eram vítimas de acidentes com motos. “Há menos de duas décadas, menos de 10% dos que procuravam o hospital era de pessoas acidentadas. Atualmente, esse grupo já compõe 53% dos atendimentos, sendo que 80% estão relacionados a acidentes com motocicletas”. No mês de julho, a unidade bateu seu recorde de cirurgias, realizando 945 procedimentos.

Em face à crescente demanda, a direção do hospital ampliou de quatro para 11 o número de salas de cirurgia e de 80 para 240 os leitos disponíveis. O tempo de hospitalização também foi reduzido de 25 dias para 24 horas.

“O hospital está sendo empurrado a atender esta demanda, em detrimento de outras patologias. Estamos vivendo uma verdadeira epidemia, cuja solução não está na saúde, mas em outras áreas que envolvem mobilidade urbana, engenharia de tráfego e campanhas de educação no trânsito. Algo precisa ser feito urgentemente, pois a procura por politraumatizados só está aumentando”, alertou Soncini.

Imprudência é a principal causa dos acidentes

De acordo com o 1º tenente Bombeiro Militar, Eduardo Silveira Peduzzi, do Grupo de Busca e Salvamento, unidade que presta atendimento a vítimas de acidentes de trânsito na região da Grande Florianópolis, as ocorrências estão diretamente ligadas à imprudência na condução deste tipo de veículo.

“São manobras não sinalizadas, ultrapassagens pela direita e conversões proibidas, bem como excesso de velocidade e ingestão de bebidas alcoólicas, tudo o que não se pode fazer no trânsito, ainda mais com um meio de transporte como as motos, que, pela sua conformação, não apresentam muitos meios de segurança para o seu condutor”.

Apesar de não apresentarem um padrão, os registros envolvem, em sua maioria, homens, entre os 18 e 26 anos, e que utilizam a motocicleta em suas profissões, acrescentou. “Os acidentes ocorrem geralmente no início da manhã, ou fim da tarde e também nos dias chuvosos, quando as condições de trânsito e trafegabilidade são prejudicadas”.

Nas ocorrências atendidas pelos bombeiros, acrescentou Peduzzi, geralmente os motociclistas apresentam algum tipo de lesão nos membros inferiores, mas também na coluna cervical e, nos casos mais graves, traumatismo craniano. Ele orienta as pessoas que presenciem um acidente a não mexerem nas vítimas, limitando-se a ligar para as instituições que prestam resgate, como os Bombeiros Militares (193) e Samu (192).

“É importante que as pessoas próximas nem mesmo retirem o capacete do motociclista, o que pode agravar uma possível lesão na cervical. O ideal é que nos contactem, fornecendo informações precisas sobre o local, número de acidentados e gravidade das lesões, aguardando em seguida o atendimento”.

 

 

 

› FONTE: ALESC

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