Quando na sala de aula... fui me dando conta que muito mais do que observar diferenças e salientar a diversidade, as crianças entravam em um ciclo virtuoso quando se sentiam estimuladas a vencer as suas próprias limitações, sendo valorizadas em suas potencialidades e não reforçadas em suas “fraquezas”.
Desenvolvemos nos últimos 40 anos uma sociedade que potencializa “fraquezas”. Na realidade uma sociedade que vê fraquezas em características. Absurdo. Isso leva a um ciclo vicioso em lugar de um ciclo virtuoso.
A criança que percebe que está avançando por ela mesma, em lugar de ser comparada com a outra, que recebe valorização e estímulo, por suas características e suas forças e não por aquilo que ainda não sabe, ou pelo que é diferente do outro, se sente impelida a avançar, se sente realizada com as próprias vitórias. Comparação não faz sentido.
Eu percebi em sala de aula que conseguia fazer com que muitos alunos passassem a gostar de estudar e aprender. Muitas crianças que passaram por mim não suportavam matemática no início do ano, e saiam, no fim do ano, achando matemática o máximo.
Muitos alunos iniciavam o ano achando que não sabiam ler, tinham vergonha de ler em sala de aula, mas com o estímulo certo, sem obrigar ou forçar o constrangimento, saiam no fim do ano querendo ler os textos em voz alta e faziam isso.
O meu método não tem nenhuma relação com a abobrinha Paulo Freiriana. É complicado explicar bom senso. Você leitor... sei que me entende.
Na sala de aula eu sempre reforcei a solidariedade e a empatia, eu mesma mostrava meus erros e dizia que já tinha passado pelas dificuldades deles, reforçava que o erro faz parte do aprendizado, além disso só erra quem faz… eu sempre valorizei os acertos, parabenizando e estimulando a fazer mais. Em plena pandemia estávamos, como professores, nas casas dos alunos e sempre tive aprovação dos pais no método que aplicava, a família toda se envolvia nos desafios e se divertia, todos aprendiam.
Valorizava cada avanço dos meus alunos. Era só sucesso!
Vivemos numa sociedade que premia os fracassos. Que valoriza a frustração e o insucesso… “Você quer, tome… não precisa conquistar por si, se você não teve chance na vida.”
Que M é essa?
Valoriza a incapacidade? Como se a pessoa nunca fosse realmente conseguir nada por mérito próprio. Que absurdo.
Todos somos capazes de alcançarmos por nós o que queremos, sem precisar tirar de ninguém.
Que tipo de discurso é esse que leva ao ciclo vicioso sem fim?
Que grande palhaçada é essa, que estimula quem se esforça a ficar esgotado de ser explorado por quem se acomoda?
Não dá para entender como nos últimos 40 anos, ou mais, fizemos tudo do avesso em termos de constituição da sociedade.
Fica aqui a minha indignação com as quotas. Até cheguei a entender o discurso inicial delas… mas passados 20 anos, não era melhor ter ensinado português e matemática para as crianças que estavam na escola, pública, 20 anos atrás?
Não! De jeito nenhum… mantenha a sociedade desinformada e sem habilidade de reflexão e contestação, e quem está no poder continua a sugar as energias e resultados dos esforçados… reforçando para o “mal sucedido” que o “outro” teve sucesso pelo fato de ter tido chance. Acorda!!! Chance todo mundo tem 24 horas por dia. Muita gente de sucesso... tem sucesso pelo esforço.
Continuaremos com as quotas, sem ensinar realmente, por mais quanto tempo?
O que é valorizado, nos meios lixos de comunicação, é aquele que enriquece estrondosamente.
É implantado na ideia da sociedade que isso é “o legal”, ainda que por meios “ilegais”.
O que acontece é que chegamos em uma sociedade que vive um ciclo vicioso, em que àqueles que se dedicam e se esforçam para manter o ciclo virtuoso estão exaustos e cansados. Isso só fica ainda mais potencializado com esse desgoverno atual que valoriza o abril vermelho.
Surreal. Manifestantes políticos de 08 de janeiro ainda estão presos injustamente.
Pelo andar da carruagem, teremos trabalho para reverter esse processo desestimulante, porém pelo exemplo que tivemos na gestão passada, em 4 anos enfrentando pandemia, crise econômica externa, guerra na Ucrânia, sabemos que bem direcionados, nos recuperamos rápido. Grandes governantes sabem bem como estimular um ciclo virtuoso.
Como tudo é cíclico na sociedade e dada nossa capacidade de recuperação, mantenho minhas esperanças sempre acesas.
Guerreira da Luz
Quem sou? Sou declaradamente de direita. Sou Patriota, branca, étero, mulher, mãe, irmã, amiga, filha de papai, orgulho da mamãe, parceira da verdade, defensora da quebra das narrativas. Sou economista tradicional, pedagoga anti Paulo Freire, pós graduada em neuroaprendizagem, terapeuta e sou uma escritora irreverente.
› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)