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Análise diaria mercado agricola milho soja açucar

Publicado em 07/12/2020 Editoria: Breaking News Comente!


CORN - MILHO 

Os preços internacionais do milho futuro começaram o dia caindo na Bolsa de Chicago (CBOT), mas se recuperaram e fecharam a segunda-feira em alta. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 2,50 e 3,75 pontos ao final do dia.

O vencimento dezembro/20 foi cotado à US$ 4,19 com alta de 2,50 pontos, o março/21 valeu US$ 4,24 com ganho de 3,50 pontos, o maio/21 foi negociado por US$ 4,26 com elevação de 3,50 pontos e o julho/21 teve valor de US$ 4,27 com valorização de 3,75 pontos.

Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última sexta-feira, de 0,48% para o dezembro/20, de 0,95% para o março/2, de 0,71% para o maio/21 e de 0,71% para o julho/21.

miho
     
  B3 (Bolsa)  
jan/21 69,8 0,14%
mar/21 70,5 -0,17%
mai/21 68,7 -0,58%
jul/21 66,5 1,19%
Última atualização: 18:00 (04/12)
 

Segundo informações da Agência Reuters, o milho cresceu ao longo do dia paralelamente ao aumento da soja, apoiado pela sólida demanda global por grãos. Os investidores também tomaram posições antes do relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado na quinta-feira, que apresentará a última visão da agência sobre as safras sul-americanas.

“O comércio vai manter um prêmio do clima embutido neste mercado até ver o relatório de quinta-feira. Um mercado de exportação forte sempre chama a atenção de volta para o clima. Com a Argentina e algumas áreas importantes do Brasil ainda sem muita precipitação, você deve se perguntar se a oferta está caindo mais rápido do que a demanda”, disse Mike Zuzolo, presidente da Global Commodity Solutions.

Ainda nesta segunda-feira, o USDA relatou 734,079 mil toneladas embarcadas na semana que se encerrou em 3 de dezembro, ligeiramente abaixo do intervalo esperado pelo mercado de 750 mil a 1,1 milhão de toneladas.

Este total supera em 53% o que foi exportado há duas semanas. No ano comercial as vendas externas somam 36,9 milhões de toneladas, superando largamente as pouco mais de 14 milhões de toneladas do mesmo período do ano anterior. As exportações totais de milho pelos EUA, em 2020/21, estão estimadas em 67,3 milhões de toneladas.

O mercado especula que a China venha a se tornar o maior importador mundial de milho igualmente, podendo comprar 22 milhões de toneladas em 2020/21, e chegando a 33 milhões em 2021.

Os preços futuros do milho operaram durante todo o dia em baixa na Bolsa Brasileira (B3), mas flutuaram em campo misto no final de tarde. As principais cotações registravam movimentações entre 4,34% negativo e 0,23% positivo por volta das 17h07 (horário de Brasília).

O vencimento janeiro/21 era cotado à R$ 68,25 com alta de 0,23%, o março/21 valia R$ 69,05 com ganho de 0,07%, o maio/21 era negociado por R$ 66,10 com perda de 4,34% e o julho/21 tinha valor de R$ 63,00 com baixa de 4,14%.

Empurrando os contratos do cereal brasileiro para baixo estão as movimentações cambiais com o dólar em queda ante ao real. Por volta das 17h09 (horário de Brasília), a moeda americana caia 0,39% e era cotada à R$ 5,13.

INDICADOR DO MILHO ESALQ/BM&FBOVESPA (Mercado)  
  VALOR R$ VAR./DIA VAR./MÊS VALOR US$  
03/12/2020 75,47 -1,27% -3,63% 14,69  
02/12/2020 76,44 -0,95% -2,39% 14,57  
01/12/2020 77,17 -1,46% -1,46% 14,74  
30/11/2020 78,31 -1,21% -4,37% 14,63  
27/11/2020 79,27 -0,05% -3,20% 14,88  
           

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, este foi mais um dia de calmaria para o mercado do milho com as indústrias de ração já paradas e fora dos negócios. “As chuvas também estão beneficiando as lavouras brasileiras”, destaca.

Enquanto isso, a comercialização da safrinha 2021 de milho no Brasil atinge 24,2% da produção prevista de 83,726 milhões de toneladas, segundo levantamento de SAFRAS & Mercado.

A consultoria aponta ainda que, em dezembro do ano passado, a comercialização da safrinha 2020 estava mais lenta, atingindo 9,5%. Os estados mais adiantados na venda antecipada são Mato Grosso 29,9%, Goiás 25,6%, Mato Grosso do Sul 22,7%, Paraná 18,1% e Minas Gerais 7,8%.

A segunda-feira (07) chega ao final com os preços do milho acumulando perdas no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas valorizações em nenhuma das praças.

Já as desvalorizações apareceram em Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Rondonópolis/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Brasília/DF, Dourados/MS, São Gabriel do Oeste/MS, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Eldorado/MS, Amambaí/MS, Cândido Mota/SP, Itapetininga/SP, Campinas/SP e Porto Santos/SP.

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “a disponibilidade do cereal aumentou nas últimas semanas em praticamente todas do Centro-Sul. Além disto, o dólar seguiu a trajetória de queda, o que reforçou o movimento de baixa das cotações”.

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que o movimento de queda nos preços do milho ganhou força neste início de dezembro na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea.

“Vendedores estão mais flexíveis nos valores de negociação, enquanto compradores se mantêm retraídos do mercado, atentos especialmente ao retorno das chuvas, que trouxe otimismo e perspectivas de maior oferta nos próximos meses”, dizem os pesquisadores. 

De 27 de novembro a 4 de dezembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas/SP) caiu 5,7%, fechando a R$ 74,69/saca de 60 kg na sexta-feira, 4.

miho  
       
Chicago (CME)  
CONTRATO US$/bu VAR  
DEC 2020 417 -5,5  
mar/21 420,5 -6  
MAY 2021 423,25 -5,5  
jul/21 424 -5,5  
Última atualização: 17:01 (04/12)  

Já o balcão gaúcho acabou fechando a semana anterior na média de R$ 79,00/saco, enquanto na região central de Santa Catarina o preço ficou em R$ 75,00/saco e no Paraná entre R$ 66,50 e R$ 67,00. Em Campo Novo do Parecis (MT) o saco do cereal igualmente ficou em R$ 66,00, enquanto em Maracaju (MS) o valor atingiu a R$ 68,00. Em Itapetininga (SP), o produto ficou em R$ 75,00/saco, enquanto o CIF Campinas (SP) atingiu a R$ 78,00. Enfim, em Jataí e Rio Verde (GO) o valor chegou a R$ 65,00/saco.

Enquanto o Rio Grande do Sul já teria perdido cerca de 70% do que havia previsto para sua atual safra de milho de verão, o retorno das chuvas evita perdas maiores nos demais Estados do Centro-Sul brasileiro. Considerando as quebras no Estado gaúcho, e também em Santa Catarina, a safra final do Brasil (verão e safrinha) deverá ficar em 112,9 milhões de toneladas, contra estimativa anterior de 116,4 milhões feitas em outubro, segundo Safras & Mercado. Já outros analistas julgam que a safra nacional total fique ao redor de 106,5 milhões de toneladas neste ano. (ARC Mercosul).

O plantio de verão estaria em 94% da área total esperada no país e a estimativa de colheita, no Centro-Sul, caiu para apenas 20,7 milhões de toneladas dadas as quebras climáticas. (cf. AgRural)

No Rio Grande do Sul, até o final de novembro, o plantio do milho de verão chegava a 83% da área, havendo atraso justamente devido ao clima seco. Neste sentido, até o dia 26/11 já havia 1.127 comunicações de ocorrência de perdas para cobertura de Proagro no Estado.

Apesar disso, os preços cederam um pouco em algumas praças nacionais porque no Sudeste e Centro-Oeste a oferta de milho cresceu, nesta semana, devido a forte redução nas exportações, diante de uma revalorização importante do Real, desde aeleição de Joe Biden para presidente dos EUA no dia 03/11. 

Quanto às exportações, o acumulado em novembro ficou em 4,9 milhões de toneladas, com a média diária sendo 5% menor do que o exportado em outubro. O preço médio da tonelada exportada ficou em US$ 181,30 em novembro. Em sendo assim, analistas privados julgam que o ano comercial atual deverá fechar com vendas externas de milho entre 32 e 33 milhões de toneladas, deixando um volume em estoque de passagem um pouco maior do que o estimado. (cf. Rabobank) 


SUGAR - AÇUCAR 

 

Mar NY world sugar 11 (SBH21) on Monday closed up +0.01 (+0.07%), and Mar London white sugar 5 (SWH21) closed up +0.40 (+0.10%).

Sugar prices on Monday recovered 1-month lows and posted modest gains on strength in the Brazilian real. The real on Monday rose +0.99% to a 5-1/2 month high against the dollar, which discourages export selling by Brazil&39;s sugar producers.

Sugar prices Monday morning initially posted 1-month lows on signs of robust supplies. Last Thursday&39;s news showed that Brazil&39;s Nov sugar exports rose +60% y/y to 3.1 MMT. Also, last Wednesday, the India Sugar Mills Association (ISMA) reported that India Oct 1-Nov 30 sugar production surged +107% y/y to 4.29 MMT due to an early start for the crushing season.

             
INDICADOR DO AÇÚCAR CRISTAL ESALQ/BVMF - SANTOS  
  VALOR R$ VAR./DIA VAR./MÊS VALOR US$    
03/12/2020 109,06 1,06% -1,56% 21,23    
02/12/2020 107,92 -1,27% -2,59% 20,58    
01/12/2020 109,31 -1,34% -1,34% 20,88    
30/11/2020 110,79 0,82% 10,12% 20,7    
27/11/2020 109,89 0,28% 9,22% 20,62    
Nota: Reais por saca de 50 kg, com ICMS (7%) .        
  media R$ 109,39        
  valor saco $ 21,32        
  valor ton $ 426,49  porto santos - FAS - icmusa 130 - 180  
                          com 7% icms    
             

Ample sugar production in Brazil is also negative for prices after Unica reported Nov 25 that Brazil&39;s Center-South sugar production in the first half of November rose +57 y/y to 1.242 MMT, above expectations of 1.120 MMT. The percentage of cane used for sugar rose to 41.74% in 2020/21 28.42% in 2019/20.

Another bearish factor for sugar is the outlook for more sugar supplies India. Meir Commodities India Pvt. on Nov 26 projected that India would export 1.5-2.0 MMT of sugar in 2020/21 without any government subsidy since neighboring countries can be expected to purchase Indian sugar rather than Brazilian sugar because of cheaper freight costs. On Nov 19, the USDA&39;s Foreign Agricultural Service (FAS) estimated that India&39;s 2020/21 sugar production will climb +16.8 % y/y to 33.76 MMT and that India&39;s sugar exports will climb +3.5% to 6.0 MMT.

Sugar mills in India have held back exports as they await news on government subsidies. The World Trade Organization (WTO) is expected to rule on the legality of India&39;s subsidies to its sugar exporters sometime this month after Brazil and Australia raised objections to the WTO about the subsidies. The ruling by the WTO has been delayed July due to the Covid pandemic.

Sugar prices had trended higher over the past two months to a 9-1/2 month high Nov 17 on concern that Brazil&39;s dry conditions may curb sugarcane yields and reduce Brazil&39;s sugar production. Irregular rain in Brazil&39;s sugar-growing areas is keeping soil moisture levels below normal. Maxar recently said that Brazil&39;s sugar-growing regions had received only 5%-25% of average rain in the past few months, leaving crops "extremely dry." Also, a La

Nina weather pattern could lead to prolonged excessive dryness in Brazil that cuts sugarcane yields.

In a bullish factor, ISO on Nov 17 cut its global 2020/21 sugar production estimate and increased its global 2020/21 sugar deficit estimate. ISO projects that global 2020/21 sugar production will increase by +0.9% y/y to 171.1 MMT. ISO also said the global 2020/21 sugar market would fall into deficit by -3.5 MT a +1.86 MMT surplus in 2019/20.

In another bullish factor, France&39;s Agricultural Ministry on Nov 16 cut its 2020 French sugar-beet production estimate to a 19-year low of 27.2 MMT an Oct estimate of 30.5 MMT due to drought. France is the largest sugar producer in the European Union.

Sugar prices are also seeing support the smaller sugar crop in Thailand, the world&39;s second-biggest sugar exporter, which has been decimated by drought. The Thailand Sugar Mills Corp said Oct 2 that Thailand&39;s 2020/21 sugar production would fall -13% y/y to an 11-year low of 7.2 MMT as dry weather this year ravaged cane plantations.

O mercado futuro de açúcar em NY fechou o pregão de sexta-feira com o vencimento março/21 cotado a 14.44 centavos de dólar por libra-peso, um recuo de 38 pontos em relação à sexta anterior, representando quase 8 dólares por tonelada de queda. O real uma vez mais seguiu se valorizando frente ao dólar repercutindo o cenário macro lá fora com o derretimento do Dólar Índex (DXY) e a entrada consistente de recursos estrangeiros para a compra de ações na Bolsa brasileira cujo índice já atingiu o nível pré pandemia.

Os fundos não-indexados carregam uma posição comprada que soma pouco mais de 220,000 contratos e não lhes está parecendo muito fácil - neste momento - conseguir elevar o mercado de açúcar acima dos tão almejados 15 centavos de dólar por libra-peso. As compras disparadas por sistemas de robôs e algoritmos que ignoram fundamentos e nos fazem perder tempo tentando racionalizá-las, não tem sido suficientes para manter o mercado naquele patamar.

Como se viu na semana passada, o Ministro das Finanças (MF) da Índia devolveu para o Ministério das Indústrias de Processamento de Alimentos (MA), sem nenhum comentário, a proposta que este fizera acerca do subsidio para a exportação de açúcar indiano. A recusa do MF escancara aquela máxima que diz que quando a necessidade entra pela porta, o subsídio se atira pela janela.

Não há como alocar recursos de mais de 10,000 rúpias por tonelada (pouco mais de 140 dólares por tonelada) num momento em que o país atravessa uma enorme crise fiscal em meio a uma pandemia que destrói a economia global e provoca uma contração no PIB indiano, no segundo trimestre, de 23.9% (no terceiro a queda foi de 7.5%). O problema não atinge apenas o açúcar. Produtores bloqueiam rodovias em protesto às mudanças na abordagem do governo indiano que indica que o fim de preços mínimos para produtos agrícolas pode estar mais próximo do que se imaginava.

Outra conversa ouvida no mercado foi que, sem o subsídio indiano, as cotações do açúcar no mercado futuro de NY podem atingir 16 ou 17 centavos de dólar por libra-peso. Será mesmo?

Imagine que você é dono de uma padaria que produz 32.000 pãezinhos por dia e o preço mínimo do pão é de 18 dinheiros por unidade. Ninguém pode vender abaixo desse preço na sua cidade. No entanto, há um excesso na produção de cerca de 6.000 pães que o governo vai ajudar você a vender para outras cidades, assim enxuga o excesso e mantem o preço mínimo inalterado.

Ocorre que no mercado livre o pão custa 14 dinheiros por unidade, mas o governo promete que vai te reembolsar os 4 dinheiros para toda a venda que você fizer além das suas fronteiras. Outros padeiros fizeram a mesma coisa o ano passado, mas receberam apenas 20% do dinheiro prometido pelo governo.

Agora, você está preparado para produzir os mesmos 32.000 pãezinhos, mas o governo não tem dinheiro. O que você faz? Tenta manter o preço de 18 dinheiros ou vai dando descontos cada vez maiores para conseguir escoar toda a sua produção? Você acha mesmo que as cidades vizinhas vão aumentar o preço do pão só porque você não tem mais ajuda do governo? Até poderia ser plausível se o mundo não estivesse com o consumo desmoronando e não houvesse pão suficiente para todo mundo. Mas, será que é esse o caso? O fato é que é bom você não esperar o que vai fazer esse governo e ir vendendo sua produção e travando sua margem.

O caso indiano mostra que a safra começou com um estoque de passagem maior do que o esperado. Isso ocorreu devido à diminuição do consumo durante o lockdown e, especialmente, no mês de maio, tradicional mês de festividades com os casamentos e o ramadã, em que centenas de milhares de toneladas de açúcar deixaram de ser consumidas.  Embora o preço mínimo do açúcar para vendas no país seja de 31,000 rúpias, as usinas estão vendendo aos exportadores com descontos de até 2,500 rúpias já que precisam pagar os produtores de cana.

O mercado vai encontrar o equilíbrio. O estoque mundial de açúcar vis-à-vis o consumo vai aumentar. Não sabemos ainda quanto a retração do consumo devido ao covid-19 vai alterar essa relação. Os números já não eram bons antes, pois o consumo mundial tinha crescido apenas 0.46% ao ano nos últimos dez anos, qual será o impacto agora pós-pandemia?

Não consigo enxergar, neste momento, razões para acreditar que os preços de NY podem atingir 16-17 centavos de dólar por libra-peso. O que se viu na semana também foi o derretimento do dólar para R$ 5,1567 uma valorização da moeda brasileira em 3.17% na semana. Os valores médios dos açúcares para as safras 21/22 e 22/23 caíram quase R$ 50 por tonelada na semana. E nós falamos isso aqui dezenas de vezes: não perca a oportunidade de travar os preços em reais por tonelada.

Para uma reversão desse cenário, menos otimista que a maioria dos analistas, precisaríamos da combinação de alguns fatores: uma vacinação global em massa e em tempo recorde capaz de alterar a trajetória da economia, fazendo com que houvesse uma explosão de consumo, e a retomada da mobilidade social que elevaria o preço do petróleo e afetaria a arbitragem com o açúcar. Haja otimismo.

 

SOYBEAN - SOJA

Depois de perdas intensas registradas ao longo do pregão, o mercado da soja na Bolsa de Chicago foi amenizando suas perdas, testou algumas leves altas e encerrou o dia em campo misto. O janeiro e o março terminou com perdas de 4,50 e 2,50 pontos, valendo US$ 11,58 e o março a US$ 11,62 por bushel, enquanto o julho e o agosto fecharam com US$ 11,61 e US$ 11,41, subindo 0,75 e 1 ponto, respectivamente. 

SOJA - CME - CHICAGO  
CONTRATO US$/bu Variação (cts/US$) Variação (%)  
jan/21 11,56 -5,25 -0,45  
mar/21 11,65 -5,25 -0,45  
mai/21 11,6375 -4,5 -0,39  
jul/21 11,6075 -4,25 -0,36  
Última atualização: 17:00 (03/12)    

Como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os traders voltaram a observar importantes fundamentos de demanda, como os bons embarques norte-americanos reportados nesta segunda-feira (7) pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) - acima das expectativas - e das boas importações de soja pela China em novembro. 

Foram 9,59 milhões de toneladas, de acordo com dados da Administração Geral de Alfândegas da nação asiática divulgados nesta segunda-feira (7). Em novembro de 2019, as compras foram de 8,28 milhões de toneladas e em outubro de 2020, de 8,7 milhões de toneladas. Na variação mensal, o aumento das compras chega a 10,23%. 

E com a demanda forte e os preços atrativos, "EUA e Brasil já venderam muito", como explica Brandalizze, e isso contribuiu para um equilíbrio das cotações. "Os fundamentos continuam positivos". Além disso, o melhor ambiente econômico internacional com o avanço das notícias sobre as vacinas em todo mundo também contribuiu neste início de semana. 

Sobre o clima na América do Sul, também permanece o monitoramento e, ainda segundo o consultor, deverá seguir influenciando o andamento dos preços até o início da colheita. E essas condições melhores acabam atuando não como um fator de pressão, mas como um limitador dos futuros da oleaginosa. 

Assim, Brandalizze afirma ainda que no curto prazo não há notícias fortes o suficiente para motivar altas muito intensas, porém, também sem espaço para quedas muitos agressivas na CBOT. A demanda chinesa está consolidada, bem coberta, e o cenário climático sul-americano já é conhecido. 

Com a colheita estadunidense finalizada, o mercado se volta para o clima e o plantio da América do Sul, com o já evidenciado pelo consultor Brandalizze acima,  e as exportações da oleaginosa pelos EUA. Neste último caso, as vendas de soja na semana anterior atingiram a 768.100 toneladas, ficando nas mínimas do ano comercial. O volume é 47% menor do que a média das quatro semanas anteriores. Em todo o ano comercial as vendas de soja somam 51,9 milhões de toneladas, contra um total final projetado de 59,9 milhões de toneladas. Um ano atrás o total acumulado era ao redor de 25 milhões de toneladas. Já na semana encerrada em 26/11, os EUA efetivamente embarcaram 2,04 milhões de toneladas, ficando dentro das expectativas do mercado. No atual ano comercial, iniciado em 1º de setembro, os EUA já embarcaram 26,7 milhões de toneladas, contra algo ao redor de 15 milhões no ano anterior na mesma época.

Dito isso, o mercado espera agora o novo relatório de oferta e demanda do USDA, o qual está previsto para o dia 10 de dezembro. Paralelamente, o clima político e comercial entre EUA e China voltou a piorar. Os EUA acusam os chineses de manipular o câmbio, a fim de se tornarem mais competitivos, enquanto os asiáticos contestam as acusações e preparariam represálias comerciais, especialmente na área industrial e empresarial.

Esta situação tende a se diluir com a chegada do novo presidente estadunidense, em 20 de janeiro, porém, os efeitos sobre o mercado podem permanecer por mais tempo. Isso poderá beneficiar o Brasil quando do início de sua nova colheita de soja, a partir de fevereiro.

  soja US$ 5,13  
         
  B3 (Bolsa)      
CONTRATO US$/sc R$/sc VAR  
nov/20 25,85 132,6105 1,10%  
     
Última atualização: 16:14 (04/12)  
         

No Brasil, a segunda-feira foi de novas baixas para os preços no mercado disponível. As cotações vêm acumulando perdas expressivas no último mês refletindo uma liquidez limitada do mercado em função da pouca oferta, mas também pela baixa do dólar, que opera próximo dos R$ 5,10. Nesta primeira sessão da semana, a moeda americana terminou o dia com R$ 5,12. 

Assim, as perdas nas principais praças de comercialização variaram entre 0,28% - no Oeste da Bahia, onde a referência fechou com R$ 122,33 - e 8,67% - em Campo Grande/MS, levando a saca a R$ 137,00. As perdas foram generalizadas. 

"Os vendedores sumiram, tanto da safra velha, quanto da safra nova", relata Vlamir Brandalizze. Há pouco ainda restante da temporada 2019/20 e da safra 2020/21 muito já foi comprometido e há muita insegurança ainda em função da irregularidade climática. 

A recomendação da Consultoria TF Agroeconômica é que “vendam um pouco mais de volume antes que o Dólar caia mais. Como já foram vendidas aproximadamente 51% do volume a produzir, nossa recomendação é que se venda mais 25%, para aproveitar os excelentes lucros líquidos de 72,48% permitidos pela comparação dos custos de produção”. 

Esses índices, de acordo com a equipe de analistas, foram atualizados pelo Deral-PR para R$ 72,47/saca para quem produz apenas 55 sacas/hectare com o preço de R$ 125,00 para maio de 2021. No entanto, recomenda a TF, seria apropriado guardar os restantes 25% para a eventualidade de “os bancos estrangeiros estarem certos sobre a alta do Real em 2021 ou da ocorrência de algum fato novo ainda não previsível”.

SOJA - PREMIO  
CONTRATO VALOR  
dez/20 250  
mar/21 75  
abr/21 65  
mai/21 70  
Última atualização: 04/12/2020  

Os preços da soja estão revertendo para baixo, tanto em Chicago, como no mercado interno brasileiro. Para determinar a tendência, veja os fatores de alta e de baixa, presentes no mercado nesta semana:

 

FATORES DE ALTA

 

Mercado internacional

 

Petróleo, óleo de palma e óleo de soja subiram, dando suporte aos preços.

 

Mercado nacional
 

Escassez de produto até a entrada da nova safra.

Falta de chuvas suficientes ainda em algumas áreas.

 

FATORES DE BAIXA
 

Mercado internacional

 

Chuvas favoráveis na América do Sul. Várias estimativas de produção foram feitas acima de 130 milhões de toneladas.

Falta de notícias ligadas à demanda da China provoca impulso baixista.
Margens de esmagamento negativas na China


Mercado nacional
 

Queda do dólar a curto prazo. Para o futuro há previsões de volta à alta para R$ 5,34-5,45 (bancos JPMorgan e Morgan Stanley) e uma de baixa para R$ 5,00 (Bradesco)

Aqui no Brasil os preços da soja voltaram a recuar e, em alguns casos, de forma até importante, com perdas entre 5 a 10 reais por saco. Este recuo se deve, além da perda momentânea de fôlego das cotações em Chicago, à nova revalorização do Real, o qual chegou a bater em R$ 5,22 por dólar na quarta-feira (02/12). Os prêmios nos portos, mesmo que interessantes, não são suficientes para segurar os preços que, convenhamos, estavam fora do contexto normal de nosso mercado, fato que nos fez alertar neste espaço para um recuo provável dos mesmos. Somou-se a esses fatores a chegada de navios com soja importada.

               
Preço soja referência (chicago ):$/MT 516,62   04/dez    
               
Preço Brasil - esalq - Paranaguá: $/MT 512,61   04/dez    
               
Preço Brasil - MI - Paranaguá: $/MT 503,57   04/dez    
PREÇO REFERÊNCIA FAS PARANAGUÁ NET.  Preço Brasil MI = R$ 155 por saca    
               

Em Paranaguá, pela primeira vez em 10 anos, chegou um navio com soja dos EUA dentro da janela de retirada da TEC do Mercosul criada pelo governo brasileiro. O mesmo teria sido fretado pela multinacional Louis Dreyfus, trazendo 30.500 toneladas de soja, sendo o maior volume originado nos EUA comprado pelo Brasil desde 1997. Entre janeiro e outubro deste ano o Brasil já importou 625.500 toneladas, sendo que a maior parte veio do Paraguai e alguma coisa do Uruguai. 

Desta forma, os preços da soja no balcão gaúcho fecharam a semana na média de R$ 145,62/saco, com praças de referência praticando R$ 140,00/saco.

Nas demais praças nacionais os preços da oleaginosa assim ficaram neste final de semana: entre R$ 143,00 e R$ 144,00 no Paraná; R$ 158,00 em Campo Novo do Parecis (MT); R$ 150,00 no CIF Maracaju (MS); R$ 149,00 em Rio Verde (GO); e ainda R$ 160,00/saco em Luís Eduardo Magalhães (BA). Ao mesmo tempo, diferentes analistas começam a rever suas projeções para a futura safra de soja brasileira, já contabilizando o clima mais seco deste início de plantio.

Todavia, não há unanimidade nestas projeções. Enquanto a ARC Mercosul avança o número de 128,4 milhões de toneladas para 2020/21, em função de redução na área projetada e do clima. Já a Pátria Agronegócios avança um volume de 129,1 milhões de toneladas, a Terra Agronegócios fala em 131,5 milhões, a Datagro projeta 135 milhões de toneladas, a StoneX calcula 133,9 milhões, e a Agroconsult avança uma projeção de safra em 133,2 milhões de toneladas, porém, alerta que este número poderá baixar dependendo dos resultados do Rally da Safra que ela promove a partir das próximas semanas. 

INDICADOR DA SOJA ESALQ/BM&FBOVESPA - PARANAGUÁ  
  VALOR R$ VAR./DIA VAR./MÊS VALOR US$  
03/12/2020 157,78 0,22% -2,47% 30,72  
02/12/2020 157,44 -2,01% -2,68% 30,02  
01/12/2020 160,67 -0,68% -0,68% 30,7  
30/11/2020 161,77 -0,33% -1,08% 30,22  
27/11/2020 162,31 0,66% -0,75% 30,46  
           

Por outro lado, o plantio de soja aqui no Brasil atingiu a 86% da área esperada em 27/11. O Mato Grosso praticamente concluiu a semeadura enquanto o Rio Grande do Sul atingia a apenas 47% da área esperada, contra 78% na média histórica. A seca entre setembro e o final de novembro atrasou o mesmo.

Espera-se que este plantio, com o retorno das chuvas nestes últimos dias, avance suficientemente para compensar o atraso. Já no Paraná, onde o plantio igualmente estaria encerrado, 72% das lavouras de soja estão em boas condições, contra 81% na mesma época do ano passado.

Enfim, quanto as exportações, as mesmas diminuem sensivelmente no final do ano, não havendo praticamente nenhum navio embarcado com soja nesta primeira quinzena de dezembro, após vendermos 834.496 toneladas de soja em novembro, contra cerca de 4 milhões de toneladas em novembro de 2019.

Já o Indicador ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá (PR) caiu 6% entre 27 de novembro e 4 de dezembro, a R$ 152,50/sc na sexta-feira, 4. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná cedeu significativos 7,9%, a R$ 148,37/sc de 60 kg na sexta. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão vem da desvalorização do dólar frente ao Real, da melhora nas condições climáticas na América do Sul e da menor demanda neste período de entressafra. Além disso, alguns vendedores optaram por negociar parte dos estoques, mas a liquidez se manteve baixa, porque compradores estão retraídos, à espera de novos recuos. 

 

› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

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