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Florianópolis ganhará o maior centro de reabilitação de animais marinhos do país

Publicado em 27/03/2018 Editoria: Florianópolis Comente!


Foto arquivo: Anne Caroline Anderson/Fatma

Foto arquivo: Anne Caroline Anderson/Fatma

Os animais marinhos resgatados em Santa Catarina que precisarem de reabilitação para retornarem ao habitat natural vão ganhar um local novo e especial só para eles. O maior Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos do país será inaugurado em Florianópolis nesta quarta-feira (28). A obra, executada pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), coordenado pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), terá 3 mil m² de área construída e poderá receber mais de 170 animais marinhos ao mesmo tempo. 

O Centro está localizado dentro do Parque Estadual do Rio Vermelho e será administrado pela Associação R3 Animal, uma das instituições executoras do PMP-BS, através de uma parceria com o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC) e a Polícia Militar Ambiental. Este será o maior local especializado em reabilitação e despetrolização de animais marinhos do Brasil.

Serão 12 piscinas, sendo uma para abrigar pinguins, uma para aves voadoras, uma para golfinhos, uma para lobos/leões marinhos e oito para uso misto. O Centro ainda contará com ambulatório, salas de estabilização, internação e isolamento, laboratório de análises clínicas, sala de necropsia, para o caso dos animais encontrados mortos, cozinha para preparação de alimentos para animais e área administrativa. No total, haverá a capacidade para receber 120 pinguins, 50 aves voadoras, dois leões/lobos-marinhos e um golfinho, simultaneamente.

Localizado dentro de um Parque Estadual, o Centro atenta para a sustentabilidade e terá seu próprio sistema de tratamento de efluentes, captação de água da chuva e sistema de energia fotovoltaica.

Em 2017 a Univali entregou três Unidades de Estabilização de Animais Marinhos e uma Base de Apoio. O Centro de Florianópolis será a primeira obra finalizada em 2018, sendo que ainda estão previstas a entrega de mais cinco. 

Projeto de Monitoramento

O objetivo do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é avaliar a interferência das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário a animais vivos e necropsia em mortos. O PMP-BS tem caráter regional e está relacionado ao processo de licenciamento ambiental da Etapa 2 do pré-sal.

Durante o monitoramento, todos os animais vivos encontrados pelas equipes de campo são avaliados para verificar se precisam de atendimento veterinário. Se positivo, são encaminhados a um dos centros de reabilitação. Após o tratamento, os animais são novamente avaliados para atestar se já estão aptos a serem soltos, o que ocorre após a marcação de cada um dos indivíduos. Isso permite que seja feito um acompanhamento, caso o animal reapareça em outra região.

Nos animais mortos é realizada necropsia para identificar a causa da morte e avaliar se houve interação com atividades humanas tais como pesca e tráfego de embarcações ou possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo e gás. A área de abrangência do monitoramento engloba os municípios litorâneos dos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e do Rio de Janeiro. Considerando-se a extensa área a ser monitorada (mais de 1.500 km de costa), o PMP-BS é executado em duas fases.

A Fase 1 (que compreende o litoral entre Barra da Lagoa de Santo Antônio dos Anjos, no município de Laguna, em Santa Catarina, até a Praia de Camburi, no município de Ubatuba, em São Paulo) é executada pela Fundação Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em parceria com instituições da REMAB (Rede de Encalhe e Informação de Mamíferos Aquáticos do Brasil), tendo sido iniciada em agosto de 2015.

A primeira fase possui cinco Centros de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CRD) nos municípios de Ubatuba (SP), Guarujá (SP), Cananéia (SP), Pontal do Paraná (PR) e Florianópolis (SC); quatro Unidades de Estabilização de Animais Marinhos (UE), em S. Sebastião (SP), S. Francisco do Sul (SC), Penha (SC) e Laguna (SC), além de Bases de Apoio em Praia Grande (SP) e no Parque do Superagui (PR).

A Fase 2 (que compreende o litoral do estado do Rio de Janeiro entre os municípios de Paraty e Saquarema) é executada pelo CTA – Serviços em Meio Ambiente, também com parceria com instituições da REMAB e foi iniciada em setembro de 2016. Ela conta com dois CRDs, um no norte fluminense em Araruama (RJ) e outro ao sul, em Angra dos Reis (RJ), uma UE e uma Unidade de Necropsia de Mamíferos Marinhos, ambos no Rio de Janeiro (RJ).

 

› FONTE: Deborah Boeira

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