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O Temperamental Django Reinhardt.

Publicado em 15/11/2020 Editoria: Cultura Comente!


Acervo pessoal do autor.

Acervo pessoal do autor.

O Temperamental Django Reinhardt

 

       Django Reinhardt era conhecido por sua banda, fãs e empresários por ser imprevisível e temperamental. Às vezes, ele chegava sem guitarra ou amplificador para as apresentações, e outras ignorava os shows lotados para simplesmente caminhar até a praia ou "sentir o cheiro do orvalho". Em algumas ocasiões ele se recusou a sair da cama, também desapareceria periodicamente e vagava pelo parque ou praia ignorando totalmente seus compromissos. Apesar de seu excepcional talento natural, Django não sabia ler e nem escrever música, quase não era alfabetizado. Além disso, teve dificuldades gerais em viver em meio à cultura atual, em seu apartamento, às vezes deixava as torneiras abertas para imitar o som de um riacho, odiava as lâmpadas elétricas preferindo em vez disso lampião e lanternas. Certa vez abandonou um carro a beira da estrada quando acabou a gasolina. 

 

     À medida em que Django foi envelhecendo, ele passou a viver de maneira cigana, achando difícil se adaptar ao mundo moderno, desaparecia periodicamente por uma ou duas semanas para tocar nos acampamentos ciganos. Na verdade, ele era um homem de família, criado entre os ciganos onde a família é um dos pilares. Django Reinhardt só tocava com o coração e onde seu espírito estivesse em paz, e talvez também se comportasse de forma semelhante em muitas outras situações da vida. Django esteve em conflito em diversas situações por ter ficado distante do mundo da praticidade, mas frequentemente estava em contato com seu intimo, com a paz de espírito de onde surgiu um ardente afeto e sensibilidade pela música.

 

Por Mauro Albert

 

Mauro Albert

É guitarrista, compositor e pesquisador. Considerado pela crítica especializada como um dos principais nomes do Jazz Manouche e Gypsy Jazz brasileiro, gravou quatro álbuns dedicado ao estilo. Suas composições foram lançadas ao lado dos maiores nomes do Jazz Manouche mundial. Desde 2014 faz parte do selo Hot Club Records – a principal gravadora e difusora do Jazz Manouche com sede na cidade de Oslo, Noruega. Referência no ensino do Gypsy Jazz, escreveu para a revista Guitar Player Brasil uma coluna com lições dedicada ao jazz cigano, pioneira no Brasil.

 

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› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

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