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Senado adia votação de dívidas e incentivos fiscais

Publicado em 01/04/2015 Editoria: Política Comente!


foto: Diferenças federativas inviabilizaram pauta de votação - Moreira Mariz

foto: Diferenças federativas inviabilizaram pauta de votação - Moreira Mariz

Depois de mais de sete horas de debate com o ministro da Fazenda, senadores se desentendem e permitem vitória momentânea do governo. Pauta será retomada com impasse sobre temas do pacto federativo

O Plenário do Senado decidiu adiar para a próxima semana a votação do PLS 130/2014, que torna válidos os incentivos fiscais concedidos por estados a empresas no processo conhecido como “guerra fiscal”. Por sugestão do senador Romero Jucá (PMDB-RR), o projeto, que tramita com urgência, foi apenas debatido.

Jucá alegou que não havia consenso para garantir a aprovação do projeto, que ele considera positivo. Para não arriscar a derrubada, ele propôs que o Senado dê mais tempo para um entendimento.

O projeto da convalidação dos incentivos fiscais era o terceiro item da pauta de votações do dia, atrás do projeto de Marco Legal da Biodiversidade (PLC 2/2015) e do que obriga a reindexação das dívidas dos estados e municípios (PLC 15/2015), mas foi alvo de um requerimento para passar à frente dos outros dois. Com o adiamento da votação, os demais projetos também tiveram sua apreciação postergada para a próxima semana.

— Vamos ter aqui uma discussão longa e no final não teremos os votos necessários. Na tentativa de buscar uma confluência de votos para que a gente não arrisque a derrota do projeto e a ampliação da insegurança jurídica, o bom senso e o equilíbrio mandam deixarmos para votar na próxima semana — alertou Jucá.

Além disso, Jucá argumentou que a convalidação faz mais sentido se encaminhada junto com a redução e unificação das alíquotas interestaduais do ICMS, medida que depende de um projeto de resolução do Senado. Ele propôs que esse passo também seja dado pela Casa até a semana que vem.

— É fundamental aprovar uma resolução que reduza as alíquotas. Hoje o que é dado é um incentivo com o recurso de outros estados. É um modelo perverso. Essa questão será resolvida quando nós nivelarmos as alíquotas interestaduais — disse.

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Delcídio do Amaral (PT-MS), foi favorável ao adiamento. Ele acredita que a convalidação é necessária, porém insuficiente, e que vale a pena esperar mais antes de votá-la se o tempo extra resultar em uma solução mais ampla para a “guerra fiscal”.

— Essa é a grande reforma que o Brasil precisa. É muito bonito convalidar, ninguém é contra, mas seria uma vitória de Pirro. Será que se gastarmos um pouco mais de tempo para trabalhar numa solução mais consistente vamos perder alguma coisa? — ponderou ele.

Na opinião do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o adiamento será benéfico porque os senadores já se mostraram dispostos a buscar uma conclusão definitiva para o tema.

— O Plenário já demonstrou que não vai sonegar essa discussão. Como a matéria é importante, é preciso dar um tempo para que seja construída uma solução que equilibre definitivamente os interesses dos estados brasileiros — disse Renan.

 

› FONTE: Congresso em foco

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