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Chicago em alta, dólar forte e safra de soja com problemas faz preço se aproximar de R$180/sc em portos!

Publicado em 05/03/2021 Editoria: Breaking News Comente!


CORN - MILHO

A Bolsa de Chicago (CBOT) também subiu neste último dia da semana para os preços internacionais do milho futuro. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 7,25 e 15,75 pontos ao final da sexta-feira.

O vencimento março/21 foi cotado à US$ 5,62 com valorização de 15,75 pontos, o maio/21 valeu US$ 5,45 com elevação de 13,00 pontos, o julho/21 foi negociado por US$ 5,34 com alta de 11,50 pontos e o setembro/21 teve valor de US$ 4,99 com ganho de 7,25 pontos.

Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 2,93% para o março/21, de 2,44% para o maio/21, de 2,30% para o julho/21 e de 1,63% para o setembro/21.

Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam ganhos de 1,26% para o março/21 e de 2,04% para o setembro/21, além de 0,37% para o maio/21 e de 0,19% para o julho/21 na comparação com a última sexta-feira (26).

miho
     
Chicago (CME)
CONTRATO US$/bu VAR
mar/21 562 15,75
MAY 2021 545,5 13
jul/21 534 11,5
SEP 2021 499 7,25
Última atualização: 17:02 (05/03)

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho se recuperaram de uma baixa de três semanas alcançada na sessão anterior e subiram na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira.

“Alguns traders também ajustaram as posições antes da divulgação das previsões mensais da safra do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na próxima semana. A agência deve reduzir ainda mais suas estimativas para os estoques finais de 2020/21 de milho, de acordo com uma pesquisa da Reuters com analistas”, relata Tom Polansek da Reuters Chicago.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou nesta quinta-feira (04 de Fevereiro de 2021) os dados das vendas de exportação da última semana de fevereiro, destaca a Consultoria AgResource Brasil. De acordo com os dados divulgados pelo órgão oficial do governo norte-americano, houve números interessantes nas vendas externas mesmo em um momento no qual o principal comprador mundial, a China, volta suas atenções para a oferta da América do Sul.

No milho, os Estados Unidos venderam 115,9 mil toneladas, 74% abaixo da semana anterior e 96% abaixo da média das últimas 4 semanas. “Para a safra 21/22, foram vendidas 38,8 mil t. Exportações atingiram 2.010 mi t – maior embarque da história para o cereal: aumento de 69% em relação à semana anterior e 57% em relação à média de 4 semanas anteriores”, ressalta a AgResource Brasil. 

O milho atingiu nesta quinta-feira (4 de Fevereiro) a cotação de R$ 94,72 na máxima do mês de Maio de 2021, comprovando as previsões de que o cereal subiria ainda mais. O mercado de milho na Bolsa B3 de São Paulo  que voltou a fechar em forte alta, puxado pela queda do Real e a retomada das exportações e de Chicago.

Com isto, a cotação de março fechou em alta de R$ 0,88 no dia, a R$ 89,00; a de maio avançou R$ 3,32 no dia, para R$ 94,33 (a máxima foi de R$ 94,72) e a de julho avançou R$ 2,20 no dia, para R$ 88,89. Novamente fomos certeiros em nossas previsões: muito antes do que se esperava a cotação do milho na B3 chegou a R$ 94,72, tocando no nível de R$ 95,00 que tínhamos projetado.

Pode subir mais? Pode sim. Falta milho no Brasil e no mundo, o dólar caiu ontem e está em leve alta hoje,  isto o mantém muito elevado em relação ao que deveria, incentivando as exportações e enxugando as disponibilidades internas, deixando preocupados os produtores brasileiros de carne. Além disso, faltam ainda quatro meses até a chegada da Safrinha, aumentando as preocupações com o abastecimento nacional (será um grande erro se as exportações forem proibidas).

Todos os indicadores, enfim, apontam para a escassez de produto, alta demanda e preços mais elevados ainda. O único movimento contrário continua sendo o do próprio nível do preço, que começa a fincar insustentável para os consumidores finais, principalmente de ovos e leite, que não podem repassar os ganhos cambiais das carnes.

miho
     
  B3 (Bolsa)  
mar/21 90,7 -0,22%
mai/21 95,54 -0,32%
jul/21 90,5 1,69%
set/21 86,14 -0,07%
Última atualização: 18:00 (05/03)

Os preços futuros do milho tiveram mais um dia de flutuações altistas na Bolsa Brasileira (B3) nesta sexta-feira. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 1,46% e 2,46% ao final do dia.

O vencimento março/21 foi cotado à R$ 90,90 com valorização de 2,46%, o maio/21 valeu R$ 95,85 com elevação de 1,75%, o julho/21 foi negociado por R$ 90,30 com alta de 1,46% e o setembro/21 teve valor de R$ 86,20 com ganho de 2,01%.

Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam valorizações de 3,12% para o março/21, de 8,26% para o maio/21, de 8,40% para o julho/21 e de 7,75% para o setembro/21 na comparação com a última sexta-feira (26).

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, com 55% a 60% da safrinha semeada no Brasil, tudo indica que o país irá ter recorde histórico de área de produção e boa produção, com as lavouras já plantadas se desenvolvendo bem até aqui.

Enquanto isso, o mercado segue sem negócios com os compradores das indústrias esperando receber contratos e milho a fixar. “Os negócios que aparecem são apenas para pequenos granjeiros como o setor do ovo e do suíno independente, que continuam reclamando, já que as cotações seguem firmes e não recuam”, diz o analista.

Diante desse cenário de alto custo para o produtor, Brandalizze destaca que pode haver queda na demanda de milho mais a frente devido a essa falta de rentabilidade.

A sexta-feira (05) chega ao final com os preços do milho elevados no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado no mercado, foram percebidas desvalorizações apenas em Tangará da Serra/MT (0,72% e preço de R$ 69,00) e Campo Novo do Parecis/MT (0,74% e preço de R$ 67,00).

Já as valorizações apareceram nas praças de Palma Sola/SC (0,65% e preço de R$ 78,00), Rondonópolis/MT e Alto Garças/MT (0,71% e preço de R$ 71,00), Itiquira/MT (0,72% e preço de R$ 70,00), Primavera do Leste/MT (0,73% e preço de R$ 69,00), Rio do Sul/SC (1,32% e preço de R$ 77,00), Londrina/PR (1,33% e preço de R$ 76,00), Campo Grande/MS (1,35% e preço de R$ 75,00), Dourados/MS (2,56% e preço0 de R$ 80,00), Cândido Mota/SP (2,60% e preço de R$ 79,00), Pato Branco/PR (2,62% e preço de R$ 78,20), Ubiratã/PR e Marechal Cândido Rondon/PR (2,68% e preço de R$ 76,50) e Eldorado/MS (2,82% e preço de R$ 73,00).

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “o mercado físico do milho mostrou estresse no final desta semana em função dos poucos negócios no mercado físico, a alta do dólar mesmo com o Banco Central tentando arrefecer o movimento e o atraso da colheita em algumas regiões”.

A análise da consultoria SAFRAS & Mercado aponta que o mercado brasileiro de milho teve uma semana de preços firmes mais uma vez. “A volatilidade no dólar agitou o mercado, embora o ritmo de negócios tenha sido lento. A firmeza no dólar e o foco na colheita e comercialização da soja mantiveram as cotações sustentadas nas principais praças de comercialização”.

O analista de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, relata que a logística segue voltada toda para a soja, com fretes subindo e dificuldades para o fluxo do milho. Assim, há suporte para as cotações do cereal. “Apenas no Rio Grande do Sul, onde a colheita é mais tardia, a situação ainda é mais cômoda”, comenta.  Com o milho deixado “de lado”, a oferta reduz e os preços se mantêm.

Mercado firme e preços em alta nos últimos dias de fevereiro e começo de março, acompanhando a forte valorização do dólar. Além do câmbio, os atrasos na colheita da safra de verão e na semeadura da segunda safra de milho mantêm as incertezas com relação à produção e colaboram com a sustentação dos preços no mercado interno.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, em Campinas-SP, a referência está em R$90,00 por saca de 60 quilos, sem o frete (4/3), uma alta de 1,1% no acumulado de março e aumento de 66,7% na comparação com março de 2020.

Para o curto e médio prazos (março/abril), a expectativa é de preços firmes e, se o dólar seguir valorizado, novas altas não estão descartadas, diante da baixa disponibilidade interna, com os atrasos na colheita da safra de verão.

As preocupações com a segunda safra também deverão pesar mais sobre os preços no mercado interno nas próximas semanas, principalmente considerando que uma parte da produção 2020/21 será semeada fora da janela ideal de plantio, que vai até o final de fevereiro no Centro-Oeste.

INDICADOR DO MILHO ESALQ/BM&FBOVESPA (Mercado)
  VALOR R$ VAR./DIA VAR./MÊS VALOR US$
05/03/2021 89,07 0,54% 4,29% 15,64
04/03/2021 88,59 1,76% 3,72% 15,64
03/03/2021 87,06 1,10% 1,93% 15,14
02/03/2021 86,11 0,61% 0,82% 15,2
01/03/2021 85,59 0,21% 0,21% 15,29

Com os preços mais altos da história (acima de R$ 70 a saca), a estratégia para garantir milho à produção de proteínas animais tem se tornado um desafio à cadeia produtiva no Paraná. Com a perspectiva de manutenção da cotação nesse nível nos próximos meses pela conjuntura político- -econômica, fica a dúvida em relação ao ponto de equilíbrio para garantir rentabilidade com a produção de proteínas animais. Afinal, o milho é o principal componente da ração, especialmente, na criação de frangos e suínos.

Ainda, é preciso considerar no planejamento do milho o possível aumento nas exportações de proteínas animais nos próximos anos. Isso porque o Paraná está em vias de conquistar o reconhecimento como área livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). Com a chancela do órgão internacional, a expectativa é que os produtos paranaenses consigam acessar mercados que exigem essa condição sanitária para as negociações, como Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos.

O reflexo dessa perspectiva se reflete há alguns anos nos investimentos feitos por cooperativas e agroindústrias em todo o Paraná. A Frimesa, por exemplo, está construindo, em Assis Chateaubriand, na região Oeste, uma planta processadora de suínos de R$ 2,5 bilhões, que no auge da produção deve abater 15 mil animais por dia. Além disso, outras empresas também têm anunciado investimentos para ampliar, nos próximos anos, as exportações, aproveitando as portas abertas de novos mercados.

Outro aspecto a se considerar é que hoje o Paraná já consome praticamente todo o milho produzido internamente, parte pela cadeia de proteína animal, parte exportado e parte por outros setores. Em 2020, segundo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), 1,2 milhão de toneladas de milho foi comercializada no mercado internacional, 4,6% de todo o cereal embarcado pelo Brasil. A produção estadual na safra 2019/20, somando primeira e segunda safras, ficou em 15,2 milhões de toneladas, com 77% da produção concentrada na safrinha.

Apesar da expectativa de que continue havendo aumento da produtividade nos próximos anos, o que ajuda a atender a demanda pelo grão, existe a chance da necessidade de trazer mais milho de outros Estados. De acordo com o técnico Edmar Gervásio, do Deral, não há risco de faltar milho. Mas, olhando para as experiências dos vizinhos Rio Grande do Sul e Santa Catarina, é possível prever que pode ocorrer a necessidade de “importar” mais cereal do Mato Grosso e Goiás.

“Podemos dizer que a produtividade do milho no Paraná cresce entre 3% a 5% por safras boas [sem grandes intempéries climáticas]. Então, nosso potencial produtivo em condições normais é de até 17 milhões de toneladas, com 3,5 milhões na primeira e 13 milhões na segunda. Estruturalmente, a questão da oferta e demanda se adequa. Se tivermos um aumento significativo na demanda, temos capacidade de ter milho no mercado doméstico, mas provavelmente a um preço mais alto”, esclarece.

Ana Paula Kowalski, do Departamento Técnico e Econômico (DTE) da FAEP, considera que a área plantada na primeira safra até teria possibilidade de aumentar, desde que fosse uma opção de interesse comercial. Mas a soja, que corre menos riscos de perdas por problemas climáticos e tem maior liquidez internacional, é a preferência absoluta dos produtores na safra de verão. Atualmente, são 5,5 milhões de hectares plantados com a oleaginosa contra 360 mil hectares do cereal na primeira safra.

“Uma das possibilidades para evitar sustos é o que algumas cooperativas têm feito, de incentivar o plantio de milho verão para produzir ração. Há também outras iniciativas, como o fomento do sorgo, que tem janela de plantio maior do que o milho e que também pode ser utilizar na indústria de ração. O novo equilíbrio vai depender muito desse alinhamento comercial. Porque se o produtor for pôr na ponta do lápis sempre vai escolher o que é mais fácil comercializar e o que tem melhor rentabilidade”, analisa Ana Paula.

A capacidade de estocagem também tem trazido uma certa tranquilidade para a cadeia de proteína animal. “Antes, o milho saia da fazenda, passava pelo beneficiamento e seguia praticamente direto para a granja. Hoje, as cooperativas e indústrias de carne estão estocando mais, com margem para um ou dois anos. Vemos isso a partir da primeira crise de 2017, quando o preço saiu de R$ 20 para R$ 45”, explica Gervásio.

O analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste, explica que o dólar alto somado ao cenário positivo do preço internacional levou a uma condição extremamente favorável a cotação do milho. “A indústria de carnes está tendo bastante dificuldade nesse patamar que está se sustentando [o preço do milho]. Podemos ter uma situação de muitas integrações terem dificuldade nesse primeiro semestre”, analisa.

Motter prevê que só vai haver alguma perspectiva de queda nos preços se haver uma boa segunda safra no Brasil. “Imaginamos que daqui até junho vai se manter alto, talvez até acima dos R$ 70 a saca. E considerando a conjuntura econômica intervencionista do governo, é possível prever que os preços não vão voltar tão cedo a patamares inferiores, de R$ 40, como tínhamos nessa mesma época, no ano passado”, aponta o analista.

 

SOYBEAN - SOJA

Os preços da soja voltaram a subir na Bolsa de Chicago neste início da sexta-feira (5). Como aconteceu durante toda semana, o mercado deixou de lado a estabilidade com a qual começou o dia e, por volta de 13h30 (horário de Brasília), registrava altas de 10,75 a 13,75 pontos, levando o março a US$ 14,27 e o agosto a US$ 13,63 por bushel. 

SOJA - CME - CHICAGO
CONTRATO US$/bu Variação (cts/US$) Variação (%)
mar/21 14,3425 19 1,34
mai/21 14,3 19,5 1,38
jul/21 14,1375 18,75 1,34
ago/21 13,71 19,25 1,42
Última atualização: 17:02 (05/03)  

O mercado se volta a seus fundamentos, ainda monitorando as questões climáticas na América do Sul, com problemas e preocupações sendo registrados no Brasil e na Argentina, limitando ainda mais uma oferta já escassa. 

As cotações acabaram fechando a sessão com altas de 18,50 a 19,50 pontos nas posições mais negociadas, levando o março a US$ 14,34, o maio a US$ 14,30 e o agosto a US$ 13,71 por bushel. Na semana, porém, os preços acumularam ganhos respectivos de 2%, 1,85% e 1,71% em relação à ultima sexta (26). 

Nos subprodutos, a posição maio do farelo subiu US$ 1,60 ou 0,38% a US$ 418,20 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em maio fecharam a 51,80 centavos de dólar, com ganho de 1,09 centavo ou 2,14%.

O mercado se volta a seus fundamentos, ainda monitorando as questões climáticas na América do Sul, com problemas e preocupações sendo registrados no Brasil e na Argentina, limitando ainda mais uma oferta já escassa. 

A cada dia em que as chuvas continuam chegando ao centro-norte do Brasil, a preocupação dos sojicultores aumenta. As regiões onde o excesso de umidade ainda castiga as lavouras, a soja segue perdendo qualidade e a impossibilidade da colheita atarasa ainda mais o plantio da segunda safra de milho, a qual também está sendo empurrada para fora da janela ideal de cultivo. 

SOJA - PREMIO - CBOT / PNG
CONTRATO VALOR
mar/21 -10
abr/21 -5
mai/21 10
jun/21 40
Última atualização: 05/03/2021

Além dos fundamentos, atenção também  ao financeiro e ao comportamento do petróleo. A commodity tem mais um dia de boas altas no mercado internacional, com o WTI fechando acima dos US$ 66,00 por barril nesta sexta-feira. 

"O petróleo está puxando as commodities, principalmente a soja e o milho, por conta do etanol e do biodiesel", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. 

Mais do que isso, o especialista alerta ainda para uma proteção e um ajuste de posições por parte dos traders diante do final de semana que antecede o novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que chega em 9 de março, próxima terça-feira. 

O programa de exportações americanas já muito adiantado, com 60 milhões de toneladas já comprometidas pelos EUA de um total estimado para exportações de 61,24 milhões de toneladas. 

E as primeiras expectativas são de que novas reduções apareçam, principalmente, nos estoques norte-americanos. "E com isso, o mercado hoje está um pouquinho mais protegido, tentando se firmar, no maio, acima dos US$ 14,00 por bushel", diz.

O clima nos Estados Unidos é outro fator importante. O frio intenso continua por lá, dando menos condições para os primeiros trabalhos de campo prestes a se iniciar o plantio da safra 2021/22 em algumas regiões. 

Na semana encerrada em 25 de fevereiro, as vendas semanais de soja foram de 334 mil toneladas, enquanto o mercado esperava algo entre 100 mil e 500 mil toneladas. O México foi o principal comprador. Com esse volume, o total já comprometido na safra 2020/21 chega a 60,149,1 milhões de toneladas de um total a ser exportado de 61,24 milhões de toneladas. Da safra 2021/22, as vendas foram de 198 mil toneladas para a China. Dados informados pelo USDA em seu relatório semanal.

Nos mercados à vista, a demanda chinesa permaneceu quieta, já que os futuros da soja na CBOT compensaram os ganhos acentuados nos futuros do óleo de soja em Dalian, o que aprofundou as perdas nas margens de esmagamento.

           
Preço soja referência (chicago ):$/MT 523,32   05/mar
           
Preço Brasil - esalq - Paranaguá: $/MT 511,56   05/mar
           
Preço Brasil - Paranaguá: $/MT 522,30   05/mar
PREÇO REFERÊNCIA FAS PARANAGUÁ NET.  Preço Brasil MI = R$ 178,00 por saca

As casas de comércio ainda estavam ansiosas para vender as posições à vista devido aos atrasos no Brasil com os embarques à vista de grãos brasileiros com conhecimento de embarque oferecido em fevereiro a 152-162 c/bu sobre o março futuro com base no CNF China. Mas nenhuma oferta firme foi relatada.

Nesse cenário, o embarque de março foi oferecido a 135-140 c/bu em relação ao março futuro contra nenhuma oferta. Onde a compra foi evidente, as ofertas foram principalmente centradas nos embarques de março a julho, com a oferta de embarque de junho a 150c/bu sobre o futuro de julho e a oferta de embarque de julho a 160 c/bu sobre o futuro de julho. O indicador CFR China para embarque em abril da opção mais barata caiu 4 c/bu para 148 c/bu sobre o futuro de maio, equivalente a $ 575,75/t, alta de $ 3,25/t no dia.

Na origem, as atividades no mercado de papel no Brasil cresceram com pelo menos sete negócios relatados até o momento desta publicação. Três negociações de abril foram feitas a 5-12 c/bu com desconto sobre os futuros, dois carregamentos de maio foram negociados a 5-6 c/bu sobre os futuros de maio e duas posições de junho mudaram de mãos a 32-33 c/bu sobre os futuros de julho. O embarque de abril foi avaliado em 8 c/bu sobre o futuro de maio, equivalente a US$ 524,25/t.

  soja US$ 5,68
       
  B3 (Bolsa)    
CONTRATO US$/sc R$/sc VAR
mai/21 31,54 179,15 1,22%
   
Última atualização: 16:07 (05/03)  

A semana se encerra com preços da soja no mercado brasileiro em um momento bastante forte e positivo. Como relatou o analista de mercado da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez, são referências acima de R$ 178,00 por saca, sinalizando momentos ainda muito favoráveis para os produtores brasileiros. E embora sejam preços muito altos para um período de chegada de safra - já que a colheita está em andamento, onde é possível, no país, tanto vendedores, quanto compradores estão um pouco mais retraídos neste momento. 

Diante dos problemas que vêm enfrentando em função do clima, os sojicultores acompanham o mercado, porém, ao invés de novos negócios, focam mais no cumprimento de seus contratos. A safra 2020/21 vem enfrentando problemas de norte a sul, deverá ser menor do que o inicialmente esperado, e a qualidade dos grãos colhidos até agora em boa parte do Brasil preocupa bastante. 

"Tecnicamente, nesta fase só nos resta torcer. O que as empresas podem fazer é um blend, ou seja, misturar um pouco dessa soja (tipo 2), com muita soja tipo 1 para conseguir honrar seus contratos", acredita Claudeir Pires, CEO da Academia da Soja.

Assim, os produtores deverão ter ainda boas oportunidades de voltar a comercializar o restante da safra 2020/21, principalmente no segundo semestre, ainda como explica Gutierrez. O pouco volume deverá ser disputado entre a demanda interna e as exportações, e os indicativos deverão contar ainda com um dólar mais alto e prêmios voltando a se valorizar. 

A opinião é compartilhada por Matheus Pereira, diretor da Pátria Agronegócios. Vejo a soja com um viés para alcançar os R$ 200,00 por saca, talvez não com tanta velocidade, e temos batido nessa tecla desde outubro do ano passado.

Puxamos o freio de mão na comercialização futura, não estamos recomendando vendas desde outubro nem para a safra colhida em 2021, nem para safra futura. Não há necessidade de venda, a não ser por necessidade financeira". 

Assim, o analista afirma ainda que há espaço para boas e fortes altas para a soja brasileira baseadas nos três pilares de formação de preços: câmbio, Chicago e prêmios. 

INDICADOR DA SOJA ESALQ/BM&FBOVESPA - PARANAGUÁ
  VALOR R$ VAR./DIA VAR./MÊS VALOR US$
05/03/2021 174,34 1,37% 4,11% 30,62
04/03/2021 171,98 -0,22% 2,71% 30,37
03/03/2021 172,36 0,60% 2,93% 29,97
02/03/2021 171,34 1,41% 2,32% 30,24
01/03/2021 168,96 0,90% 0,90% 30,18

Durante toda a semana, o Notícias Agrícolas veio noticiando os relatos e análises de produtores rurais e lideranças da sojicultura brasileira sobre o atual momento da safra. Os problemas registrados no início do plantio, com a falta de chuvas em importantes regiões produtoras do país, foram se estendendo durante o desenvolvimento e culminam neste momento da colheita, já bastante atrasada em relação a anos anteriores. 

Nesta semana, o mercado brasileiro já viu a China voltar às compras por aqui, garantir produto brasileiro para embarques mais longos e ajudar na retomada dos prêmios, que chegaram a marcar valores negativos nos últimos dias, em função do atraso dos embarques - também motivado pelas chuvas nas regiões dos portos - e da demanda da nação asiática um pouco menos agressiva nas últimas semanas. 

Além disso, a oleaginosa brasileira já chega a ser até US$ 20,00 por tonelada mais barata do que a americana neste momento. 

No dólar, o fechamento da semana marcou a máxima em quatro meses, com a moeda encerrando o pregão desta sexta-feira em R$ 5,68, com uma alta de 0,40%. "O dólar fechou na máxima em quatro meses nesta sexta-feira, aproximando-se de 5,70 reais e engatando a terceira semana consecutiva de valorização, com investidores replicando os ganhos da moeda norte-americana no exterior e ainda no aguardo das próximas votações da PEC Emergencial", informa a agência de notícias Reuters.

A cada dia em que as chuvas continuam chegando ao centro-norte do Brasil, a preocupação dos sojicultores aumenta. As regiões onde o excesso de umidade ainda castiga as lavouras, a soja segue perdendo qualidade e a impossibilidade da colheita atgrasa ainda mais o plantio da segunda safra de milho, a qual também está sendo empurrada para fora da janela ideal de cultivo. Os mapas abaixo, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), mostram os acumulados de chuvas em 1 dia, na primeira imagem, e em 5 dias, na segunda. 

Um dos estados que mais sofre com as atuais condições climáticas é o Tocantins. O estado fechou fevereiro com um acumulado de chuvas de 615 mm, contra volumes de pouco mais de 300 mm em anos anteriores, como relata ao Notícias Agrícolas, o produtor rural Rodrigo Almeida, de Araguacema, no Tocantins. 

"De 5 de fevereiro em diante, tivemos chuvas todos os dias, com volumes grandes, impossível fazer os trabalhos de campo, como a colheita, o plantio do milho, está tudo atrasado. As máquinas não conseguem desempenhar seu trabalho no campo", diz. 

Almeida relata afirma ainda que "a soja chega no ponto de colheita e a produtividade vai só caindo, a qualidade do grão vai se deteriorando e, para agravar, os armazéns não têm condições de receber esses grãos porque o processo de secagem é muito lento e não há estrutura". 

No Maranhão, a situação é semelhante. Na região de Balsas, uma das principais regiões produtoras do estado,a colheita também está bastante atrasada, bem como o plantio da safrinha, por conta das chuvas constantes. 

"As áreas de palhada precisam de, pelo menos, uns três dias de sol e não estamos tendo isso. Não tem chovido muito em quantidade, mas todo dia dá uma chuva que lhe impede de trabalhar e sair de casa com o maquinário", explica Zildomar Manthley, produtor rural da região. 

Ele completa dizendo que "está tudo atrasado, soja perdendo qualidade, e os produtores muito preocupados neste momento".  Em Mato Grosso, a situação também exige monitoramento e atenção. Como explica o presidente da Aprosoja MT, Fernando Cadore, a colheita da soja está entre 15 e 20 dias atrasada, em função de um atraso que se deu já no início da temporada, durante o plantio. 

"A colheita, além de atrasada, passa por esse excesso de precipitação na maior parte das regiões, o que faz com ainda falte cerca de 40% do plantio do milho para ser feito. Algumas regiões estão sem condições de colheita nos últimos 10 a 12 dias, causando uma grande avaria na soja, principalmente na região da BR 163. É uma situação muito crítica, praticamente de calamidade", relata Cadore. 

 Os relatos de perdas, com lavouras muito avariadas e grãos sem qualidade são muitos por parte dos produtores neste momento, que têm feito o possível para salvar ao menos parte de suas safras, ainda como explica Cadore. 

Sobre o plantio do milho safrinha, o presidente da Aprosoja MT afirma que a situação é semelhante a da safra 2015/16, que foi a mais atrasada da história. "E sabemos qual foi o resultado dessa safra, quando não tivemos chuvas entre abril e maio. Esperamos que não aconteça isso, porque pode acontecer uma catástrofe na segunda safra se não tivermos um clima propício nos próximos meses". 

Segundo Paulo Sentelhas, professor da Esalq/USP e CTO da Agrymet, o grande problema não foi o volume das chuvas, que ficaram pouco acima da média esperada para o mês de fevereiro, mas sim a forma como chegaram, ou seja, de uma vez. "No segundo e terceiro decêndio do mês realmente choveu muito, cerca de 40mm acima da média esperada. O problema foi como essa chuva chegou, de uma vez. Foram vários dias seguidos de chuvas e isso complicou ainda mais", afirma. A média esperada para fevereiro era de 335mm e o registrou foi de 350mm. 

No Rio Grande do Sul, onde havia grande preocupação com a falta de chuvas, o alívio chegou nos últimos dias, como relata o presidente da Aprosoja RS, Décio Teixeira. "Algumas lavouras ficaram 15, 16 dias sem chuvas, mas choveu nos últimos dois dias, chuvas de 30 a 70 mm e ajudaram na recuperção", diz. 

Poucos produtores conseguiram plantar em outubro em função da baixa umidade e "isso foi providencial", segundo Teixeira, já que em novembro praticamente não houve precipitações. Assim, a colheita no estado gaúcho deverá começar a partir do dia 20 e "a safra deverá ser bem boa, tudo como esperado", acredita o presidente. "Está tudo caminhando bem". 

O trecho da Ferrovia Norte-Sul entre São Simão (GO) e Estrela D’Oeste (SP) já opera desde esta quinta-feira (4). A inauguração se torna realidade depois de mais de 30 anos do início das obras, em 1987, no governo José Sarney. As obras foram feitas em parceria entre a empresa goiana Caramuru Alimentos e a concessionária Rumo, que opera o trecho. Os investimentos foram de R$ 711 milhões. As obras compreendem infraestrutura, terminais e material rodante, além da construção de quatro pontes entre os estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo; um pátio de ligação em Estrela D´Oeste; e a implantação dos trilhos que restavam para conectar esses três estados.

O início da operação nesse primeiro trecho da ferrovia será importante para escoar a produção de grãos de Goiás, estimada em 13 milhões de toneladas, para o Porto de Santos com preço melhor e competitividade. O Terminal de São Simão receberá cargas de Goiás, Mato Grosso e Triângulo Mineiro.

Em março de 2019, a Rumo arrematou em leilão os tramos central e sul da Ferrovia Norte-Sul, ainda com obras para serem finalizadas. O contrato de subconcessão foi assinado em julho daquele mesmo ano, com duração de 30 anos. Compreende 1.537 quilômetros entre Porto Nacional (TO) e Estrela D’Oeste (SP).

Três terminais foram projetados para atender a região sudoeste de Goiás, o leste de Mato Grosso e o Triângulo Mineiro, localizados nas cidades de São Simão (GO), Rio Verde (GO) e Iturama (MG). O Terminal de São Simão é o primeiro a ficar operacional. Em Rio Verde, a previsão é que a inauguração seja no final deste primeiro semestre; em Iturama (MG), no final do primeiro semestre de 2022. Há ainda um terminal da Brado, que responde pelas operações de contêineres da Companhia, em construção em Davinópolis, região metropolitana de Imperatriz (MA).

O Terminal de São Simão é utilizado para o transbordo de grãos (soja e milho) e farelo de soja. Trata-se de um terminal "bandeira branca", atendendo diversos clientes e escoando parte da produção da Caramuru. A capacidade é de aproximadamente 5,5 milhões de toneladas por ano. São quatro tombadores e seis silos, com 42 mil toneladas de capacidade estática. O terminal conta ainda com uma tulha de carregamento com capacidade para carregar 3 mil toneladas por hora, o permite carregar um trem com 120 vagões em menos de oito horas.

 

SUGAR - AÇUCAR
 

May NY world sugar 11 (SBK21) on Friday closed up +0.14 (+0.86%), and May London white sugar 5 (SWK21) closed up +1.50 (+0.32%) at $463.50.

Sugar prices on Friday settled moderately higher on strength in crude oil prices. Crude prices on Friday rallied by more than +3% to a 1-3/4 year high. Higher crude prices benefit ethanol prices and may prompt Brazil&39;s sugar mills to divert more cane crushing to ethanol production rather than sugar production, thus reducing sugar supplies.

Sugar prices on Thursday fell to a 2-week low on a surge in sugar production in India. Data on Wednesday India&39;s Sugar Mills Association showed that India&39;s Oct-Feb sugar production rose +20% y/y to 23.38 MMT. Weakness in the Brazilian real on Wednesday was another negative factor for sugar prices as the real fell to a 4-month low against the dollar on Wednesday. The weaker real provides incentive for export selling by Brazil&39;s sugar producers.

Sugar prices have corrected lower last Tuesday&39;s contract and 4-year nearest-futures high. Concern about smaller global sugar supplies has fueled recent fund buying of sugar futures. Brazil reported last Monday that current shipping delays for its soybean exports might curb global sugar supplies because the queue of vessels waiting at Brazilian ports is so large that bottlenecks will likely continue until May when sugar is normally the biggest crop for export.

A positive for sugar was last Thursday&39;s forecast by the European Commission that EU 2021/22 sugar production will fall -12% y/y to 15.4 MMT.

Sugar also has support falling production in Thailand, the world&39;s second-largest sugar exporter. The Thailand Office of the Cane & Sugar Board reported Tuesday that Thailand&39;s 2020/21 sugar production Dec 10-Feb 26 fell -15% y/y to 6.8 MMT.

Signs of smaller sugar exports India are another positive factor for sugar prices. The Indian Sugar Mills Association (ISMA) said Feb 18 that India&39;s sugar mills have only contracted 2.5 MMT of sugar exports this year, below the government&39;s export target of 6 MMT on a shortage of shipping containers. Also, the All India Sugar Trade Association has projected India&39;s 2020/21 sugar exports may only total 4.3 MMT, down -25% 2019/20.

Ample sugar supply Brazil is a negative factor for sugar. Unica reported last Wednesday that Brazil&39;s Center-South sugar production Oct through mid-Feb was up +44% y/y to 38.217 MMT. The percentage of cane used for sugar rose to 46.20% in 2020/21 34.48% in 2019/20.

News of higher sugar production India, the world&39;s second-biggest sugar exporter, is also negative for sugar prices. The India Sugar Trade Association on Feb 11 forecast that 2020/21 India sugar production will increase +9% y/y to 29.9 MMT.

Sugar prices have underlying support solid sugar demand Asia. Sugar demand in Indonesia, the world&39;s top importer, is a bullish factor for sugar prices after Indonesia&39;s Trade Ministry on December 30 said it would allow sugar refiners to import 1.93 MMT of raw sugar in the first half of 2021. Also, Indonesia&39;s Sugar Refivers Association recently said that it expects Indonesia&39;s sugar imports to climb +10% y/y to a record 3.3 MMT in 2021 due to higher demand the food and beverage industry. In addition, robust sugar demand in China, the world&39;s second-largest sugar importer, is positive for prices after China&39;s General Administrations of Customs reported Feb 15 that China&39;s 2020 total sugar imports rose +55.5% y/y to 5.27 MMT.

Sugar prices have underlying support dry conditions in Brazil that may curb sugarcane yields and reduce Brazil&39;s sugar production. Maxar on Jan 27 said that "below-average precipitation is expected in the long term" in the Center South. Irregular rain in Brazil&39;s sugar-growing areas is keeping soil moisture levels below normal. The U.S. Climate Prediction Center said on Jan 14 that a La Nina weather pattern would likely last at least until March and possibly beyond, which could lead to prolonged excessive dryness in Brazil that cuts sugarcane yields.

Big Picture Sugar Market Factors: World sugar production in 2020/21 (Apr/Mar) is expected to climb +0.9% y/y to 171.1 MMT after falling -8.4% in 2019/20 to 169.6 MMT (ISO). The world sugar deficit in 2020/21 is expected to widen to a -4.8 MMT deficit a +900,000 MT surplus in 2019/20 (ISO). Sugar production by Brazil, the world&39;s largest sugar producer, in 2020/21 (Apr/Mar) will climb by +32% y/y to 39.3 MMT 29.8 MMT in 2019/20, as millers divert 46.4% of cane juice to produce sugar (up 34.9% in 2019/20) due to the weak outlook for ethanol demand and prices (Conab). Sugar production by India, the world&39;s second-largest sugar producer, in 2020/21 will climb +13% y/y to 31 MMT due to a good monsoon season (India&39;s Sugar Mills Association).

INDICADOR DO AÇÚCAR CRISTAL ESALQ/BVMF - SANTOS
  VALOR R$ VAR./DIA VAR./MÊS VALOR US$  
05/03/2021 106,79 -1,33% -2,26% 18,76  
04/03/2021 108,23 -2,03% -0,94% 19,11  
03/03/2021 110,47 0,05% 1,11% 19,21  
02/03/2021 110,42 -0,48% 1,06% 19,49  
01/03/2021 110,95 1,55% 1,55% 19,82  
Nota: Reais por saca de 50 kg, com ICMS (7%) .      
  media R$ 109,37      
  valor saco $ 19,26      
  valor ton $ 385,11  porto santos - FAS - icmusa 130 - 180
                          com 7% icms    

As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta sexta-feira (05) com alta nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado teve novo salto no dia acompanhando a disparada do petróleo e preocupações com a oferta global, com demanda aquecida.

O principal vencimento do açúcar na Bolsa de Nova York subiu 0,86% no dia, cotado a US$ 16,38 c/lb, com máxima de 16,56 c/lb e mínima de 16,08 c/lb. Já o tipo branco em Londres finalizou a sessão com alta de 0,32%, a US$ 463,50 a tonelada.

Apesar de alta nesta sexta-feira nas bolsas externas, o açúcar encerrou a semana com uma queda acumulada de 7,47%. A pressão veio de movimentações técnicas nos últimos dias e informações de alta na produção da Índia, apesar de impactos logísticos no país asiático.

A India&39;s Sugar Mills Association reportou na quarta-feira que a produção de açúcar nas usinas do país entre outubro e fevereiro teve um salto anual de 20%, totalizando 23,38 milhões de toneladas na parcial da safra 2020/21 do país.

Como principal suporte de alta do mercado do açúcar nesta sexta-feira, o petróleo saltava mais de 4% no Brent e 3% no WTI nesta tarde, acima de US$ 65 o barril, depois de ação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados e relatório de empregos nos EUA mais forte do que o esperado.

"Os altos preços do petróleo beneficiam o etanol e podem levar as usinas de açúcar do Brasil a desviarem maior  moagem para a produção de etanol em vez de açúcar, reduzindo assim o fornecimento", trouxe nota do serviço de commodities Barchart.

“A Opep optou por uma abordagem cautelosa... com aumento da produção em apenas 150 mil barris por dia (bpd) em abril, enquanto os participantes do mercado esperavam um aumento de 1,5 milhão de bpd”, disse à Reuters o analista de petróleo do UBS, Giovanni Staunovo.

As fixações de açúcar pelas usinas brasileiras na safra 2021/22, que começa em abril no Centro-Sul, estão em níveis absolutamente recordes, segundo consultorias e especialistas do setor. Os números apontam que pelo menos 80% do adoçante a ser exportado na próxima safra já está comprometido com preços acima de R$ 1.600 a tonelada em alguns casos.

"Apuramos que, até dezembro de 2020, tínhamos 64,73% do açúcar VHT [Very High Polarization] 2021/22 fixado pelas usinas com preço médio de R$ 150,60. Porém, nesses dois meses de 2021, esse número pode ter superado os 80%, com preços até acima de R$ 1600 a tonelada", disse a

 Haroldo Torres, gerente do Instituto de Pesquisa e Educação Continuada em Economia e Gestão (Pecege).

As fixações também já ocorrem cerca de dois anos antes da safra que será colhida a partir de abril de 2023. "Em dezembro, a safra 2022/23 tinha cerca de 25% do açúcar fixado, algo inédito", aponta Torres. Na safra 2020/21, que termina neste mês de março no Centro-Sul, as fixações no final de 2020 superavam os 98%, com preços médios de cerca de R$ 1400.

A corrida nas fixações pelos produtores acompanha os preços do açúcar no cenário internacional, que testaram máximas de quase quatro anos neste início de 2021 acompanhando preocupações com a oferta global e a retomada da demanda, enfraquecida durante o início da pandemia do coronavírus no mundo. Além disso, há a taxa de câmbio favorável.

O grupo São Martinho, por exemplo, fixou na temporada 2020/21 açúcar a um câmbio de R$ 4,75, já a parcela a ser exportada em 2021/22 passou para R$ 5,42 e para 2022/23 a R$ 5,95, segundo os levantamentos do Pecege.

Torres destaca que o cenário positivo de preços tem gerado boas expectativas ao setor, mas ainda é preciso cautela. "Se o açúcar apresentou excelente remuneração em 2020/21, na safra 2021/22 ela tende a ficar ainda mais expressiva. Porém, do outro lado, vemos um cenário de pressão de custos", aponta.

"Não se pode deixar que esse ganho de custo corroa o lucro", complementa Torres.

O estado de São Paulo, maior produtor de cana-de-açúcar do país, conta com cerca de 170 usinas e algumas delas já devem começar a moagem neste mês de março para atender a demanda de etanol, prioritariamente, e açúcar, segundo Maria Christina Pacheco, presidente do Conselho dos Produtores de Cana de Açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo (Consecana).

“No momento, existe uma tendência de a safra ser mais açucareira do que alcooleira pelos preços do açúcar. Já tem usinas na região de Ribeirão Preto começando a safra agora”, afirma Pacheco. “Muito coisa será decidida agora neste mês de março”, complementa a presidente do Consecana sobre a decisão do mix.

Consultorias também ajustaram recentemente seus números para as fixações de açúcar no Brasil. No final de janeiro, a Archer Consulting apontou que 80,5% do açúcar programado da safra 2021/22 do Brasil estava fixado a preços médios de 13,13 centavos de dólar por libra-peso, sem o prêmio de polarização. Da temporada 2022/23, a fixação era de 25%.

A Safras & Mercado no final de fevereiro estimava números levemente maiores das fixações para 2021/22, com cerca de 90% de comprometimento de uma previsão de exportação de 34 milhões de t no país. A safra 2022/23, que tem uma expectativa de embarques um pouco menor tinha fixações em aproximadamente 50%.

"Tivemos uma nova elevação nas fixações antes e no pós-feriado de Carnaval no país porque Nova York subiu bastante e o câmbio se desvalorizou. Só não aumentou mais na safra 2022/23 porque o etanol hidratado está muito alto e isso acabou freando as usinas nesse sentido", disse Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado.

No início da segunda quinzena de fevereiro, a StoneX via que quase 70% da safra a ser exportada de açúcar já estava precificada, sobre uma base de comparação de cerca de 40% no último ano. "Os produtores sempre se antecipam, vendem bastante da safra que nem começou ainda, mas esse ano especificamente fugiu um pouco do padrão em função dos preços altos", destacou Lígia Heise, consultora sênior em gerenciamento de risco da StoneX.

› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

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