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Começa oficialmente temporada de pesca da tainha no estado

Publicado em 01/05/2018 Editoria: Florianópolis Comente!


Pesca de arrasto em Florianópolis / Foto de arquivo: PMF

Pesca de arrasto em Florianópolis / Foto de arquivo: PMF

Inicia oficialmente, nesta terça-feira (1), a safra da tainha /2018, para pescadores artesanais que praticam o tradicional "arrasto de praia". Em Florianópolis, a temporada começou com uma missa celebrada na manhã de hoje, na praia do Campeche. Durante a tarde estão previstas outras atividades como apresentações culturais e soltura de tartaruga do Projeto Tamar.   

Cada modalidade de pesca possui uma data específica para início da captura, como publicado no Diário Oficial da União na última sexta-feira (28), por meio da Portaria nº 23.

- modalidade desembarcada ou não motorizada: de 1º de maio a 31 de dezembro;
- modalidades de emalhe costeiro de superfície: de 15 de maio a 15 de outubro para embarcações com até 10 AB (arqueamento bruto) e de 1º de junho a 31 de julho para embarcações de 10 a 20 AB;
- modalidade de emalhe costeiro que utiliza anilhas: de 15 de maio a 31 de julho;

O período foi estabelecido, mas pescadores ainda esperam que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publique uma portaria com as regras de captura para essa temporada de pesca da tainha. Hoje, pescadores artesanais começaram a pescar com licenças do ano passado e por meio de um acordo feito pelo presidente da Federação dos Pescadores de Santa Catarina (Fepesc), Ivo Silva.

Cota

Este ano, a pesca feita por embarcações industriais e a pesca anilhada poderão capturar até 3,8 mil toneladas do peixe. A cota estabelecida é uma antiga reivindicação de organizações em defesa do meio ambiente.

Em 2017, apenas 17 barcos industriais receberam autorização para a pesca da tainha, mas este ano, o número de liberações saltará para 50. Na pesca anilhada, serão 130 embarcações autorizadas.

Condições meteorológicas

As mudanças no tempo podem favorecer bons lanços de tainha para o início da safra. De acordo com meteorologistas da Epagri/Ciram, modelos meteorológicos indicam chegada de vento sudeste nesta terça-feira (1) e vento sul mais persistente a partir do dia 7 de maio. Estas viradas de vento sul previstas estão associadas a sistemas de alta pressão, que devem causar também rajadas de vento de 60-70km/h.

Expectativa

Em Palhoça, município da Grande Florianópolis, pescadores artesanais estão otimistas com a possibilidade de superar a temporada 2017, quando foram capturados quase 40 mil peixes com rede de arrasto.

Nessa primeira fase, entre primeiro de maio e 31 de dezembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, deu sinal verde aos pescadores artesanais incluídos na modalidade "desembarcada ou não motorizada", mais conhecida como "arrasto de praia". José Henrique Francisco dos Santos, secretário adjunto de Maricultura, Pesca e Agricultura, revela que o município conta com pouco mais de 300 pescadores de arrasto, que tripulam onze embarcações, principalmente na região sul.

O arrasto de praia é o mais tradicional entre as modalidades da pesca artesanal da tainha. Essa pescaria tem algumas etapas, que já fazem parte do folclore do litoral. O "olheiro" é uma peça fundamental nesse tipo de pesca. É um experiente pescador, geralmente um veterano, dotado de boa visão e senso de observação, para detectar a aproximação do cardume à praia. Ele costuma vagar pela praia, solitário, fustigado pelo vento sul, às vezes durante horas, sempre de olho no mar, a procura de um sinal que indique a cegada das tainhas. A vigília pode acontecer a partir de um rochedo, um ponto mais alto e privilegiado.

Quando o olheiro avista um cardume, ele dá o sinal, geralmente agitando um casado, um pedaço de pano – nos dias de hoje, para sinalização noturna, pode ser usada lanterna de um celular.

O sinal do olheiro agita de imediato os pescadores que formam uma equipe. Uma canoa não motorizada, movida a remos, é rapidamente lançada ao mar e começa o cerco ao cardume. O comprimento da rede é bastante variável. À medida que o cerco se fecha, a rede vai adquirindo o formato de um saco, onde os peixes se acumulam. Ela é arrastada para a praia através de cabos presos às extremidades, contando com a participação, além dos pescadores diretamente envolvidos, de outras pessoas da comunidade e até visitantes e turistas. A colaboração é compensada com peixes. Por isso, a pesca de arrasto é uma atividade muito pitoresca e já faz parte do folclore das comunidades.

Além do arrasto de praia, os pescadores de Palhoça também praticam a modalidade do emalhe costeiro. A Secretaria de Maricultura, Pesca e Agricultura informa que 90 % das embarcações de Palhoça são de emalhe costeiro.

 

› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

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