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Mantega é preso na Lava Jato em investigação sobre corrupção em obras do pré-sal

Publicado em 22/09/2016 Editoria: Polícia Comente!


O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi preso pela Polícia Federal em São Paulo nesta quinta-feira em uma nova fase da operação Lava Jato, que investiga crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo obras da Petrobras PETR4.SA para exploração de petróleo no pré-sal.

Mantega, que foi presidente do Conselho de Administração da Petrobras de 2010 a 2015, foi detido em um hospital da capital paulista, onde, segundo uma fonte próxima ao ex-ministro, ele acompanhava a mulher que seria submetida a uma cirurgia.

Segundo a Polícia Federal, agentes da corporação estiverem às 6h da manhã na casa de Mantega, e depois se dirigiram ao hospital Albert Einstein ao serem informados que ele se encontrava lá. Mantega então foi levado até o apartamento e na sequência conduzido para o edifício da PF em São Paulo.

"Nas proximidades do hospital, policiais federais fizeram contato telefônico com o investigado, que se apresentou espontaneamente na portaria do edifício. De forma discreta e em viatura não ostensiva, o investigado acompanhou a equipe até o apartamento e, já tendo feito contato com seu advogado, foi então iniciado o procedimento de busca", disse à PF em nota.

Homem próximo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que virou réu em outro inquérito da Lava Jato nesta semana, Mantega assumiu o Ministério da Fazenda em 2006, onde permaneceu até final de 2014, durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff, sendo o ministro mais longevo no cargo.

A nova etapa da Lava Jato ganhou o nome Arquivo X, uma referência ao grupo de empresas do empresário Eike Batista, que tinha como marca a colocação do “X” nos nomes das suas companhias e foi um dos pivôs das investigações para esta fase.

De acordo com a Polícia Federal, a 34ª fase da operação visa o cumprimento de 8 mandados de prisão temporária, 8 mandados de condução coercitiva e mandados de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia, além do Distrito Federal.

Como parte das investigações, o Ministério Público Federal ouviu depoimento de Eike Batista, ex-presidente do Conselho de Administração da OSX, que disse aos procuradores ter recebido pedido de um então ministro e presidente do Conselho de Administração da Petrobras para que fizesse pagamento de 5 milhões de reais no interesse do PT, segundo comunicado do MPF.  

"Para operacionalizar o repasse da quantia, o executivo da OSX foi procurado e firmou contrato ideologicamente falso com empresa ligada a publicitários já denunciados na operação Lava Jato por disponibilizarem seus serviços para a lavagem de dinheiro oriundo de crimes", disse o MPF.

Plataformas

Mantega já havia sido alvo de um mandado de condução coercitiva da Polícia Federal em maio como parte da operação Zelotes, que investiga suspeitas de manipulação de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), vinculado ao Ministério da Fazenda.

Antes de assumir a Fazenda, Mantega foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ministro do Planejamento no governo Lula, de quem tinha sido assessor econômico no período anterior à chegada do PT no Palácio do Planalto.

Segundo comunicado do Ministério Público Federal, sem citar Mantega nominalmente, um ex-ministro de Estado é alvo da 34ª fase da Lava Jato, assim como executivos das empresas Mendes Júnior e OSX Construção Naval e representantes de empresas por elas utilizadas para repasse de vantagens indevidas.

De acordo com o MPF, o consórcio Integra Offshore, formado por Mendes Júnior e OSX, foi contratado de forma fraudulenta pela Petrobras pelo valor de 922 milhões de dólares para a construção das plataformas P-67 e P-70, voltadas à exploração dos campos de pré-sal.

As investigações da Lava Jato apontaram a existência de um "estratagema criminoso que beneficiou agentes públicos em diferentes esferas" no processo de contratação do consórcio, segundo os procuradores do MPF.

› FONTE: Reuters

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