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Deputados criticam o ‘imperador’ Eduardo Cunha

Publicado em 19/06/2015 Editoria: Política Comente!


foto: Parlamentares criticam a forma autoritária com que Eduardo Cunha conduz as votações - Alex Ferreira

foto: Parlamentares criticam a forma autoritária com que Eduardo Cunha conduz as votações - Alex Ferreira

Amado por aliados e temido por adversários, presidente da Câmara impõe seu ritmo atropelando regras regimentais e discussões estratégicas, mostra a Revista Congresso em Foco

Correligionários e adversários reconhecem que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estabeleceu, com pulso firme e de maneira ríspida em diversos momentos, ritos de vota­ção que elevaram a produtividade da Casa. Mas esse aumento de produção veio acompanhado de manobras regi­mentais no mínimo questionáveis do ponto de vista ético, atropelos de tra­mitação e descumprimento de acor­dos firmados em reuniões de líderes, segundo os críticos do “estilo impe­rial” do novo presidente da Câmara.

Parlamentares ouvidos pela Revista Congresso em Foco condenam a forma autoritária com que Eduardo Cunha conduz as votações. As críticas à ges­tão de Cunha vêm de partidos como o PT, o Psol, o PSB e o PCdoB. Mas os oposicionistas PPS, PSDB e DEM também registram focos de insurgên­cia contra o peemedebista.

Vários deputados já protestaram contra a prática do presidente de avocar para o plenário propostas ainda não votadas pelas co­missões. O expediente, utilizado para acelerar as votações, tem sido visto como mais um gesto de Cunha para demonstrar sua força e concentrar poder, em detrimento das delibera­ções dos colegiados temáticos. Foi o que ocorreu na votação da reforma política. E quase aconteceu também com a maioridade penal.

“A presidência do Eduardo Cunha é o esta­belecimento de uma agenda conservadora, privatizante, estabelecida de forma autoritária por ele, que sempre procura acumular mais poder para si”, resumiu o deputado Glauber Braga (PSB-RJ), um dos poucos a levantar a voz publicamente contra Cunha. “Isso é perigoso, porque o Parlamento está estabelecendo uma escalada autoritária que faz com que a vontade de um único homem, muitas vezes, prevaleça sobre a vontade de grande parcela da população brasileira”, complementou.

Para o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), um dos principais aliados do presidente, Cunha mostra que não há tema proibido na Câmara. “A Casa tem tido uma agenda própria, não depende mais de uma agenda do Palácio do Planalto. Tem votado matérias, independentemente do que a gente pense delas. Todas as pautas têm sido enfrentadas”, disse o líder peemedebista.

Outra crítica recorrente entre os parlamentares é que o novo ritmo acelerado imposto pelo presidente da Câmara faz com que muitos deputados nem saibam o que estão votando. Seja porque, em alguns casos, os rela­tores são designados em cima da hora no plenário, sem prévio co­nhecimento do assunto.

Seja pela inclusão de emendas que alteram substancialmente os projetos ori­ginais, fundindo assuntos sobre os quais não houve discussão an­terior, muito menos acordo. Isso aconteceu, por exem­plo, com o projeto da terceiri­zação, que previa inicialmente a regulamentação das relações de trabalho entre funcionários terceirizados e as empresas e órgãos contratantes. Uma emenda apresentada pelo rela­tor, Arthur Maia (SD-BA), alia­do de Cunha, ampliou a possi­bilidade desse tipo de contrato, até então restrita a atividade­-meio, para atividade-fim.

 

 

 

 

› FONTE: Congresso em Foco

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