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ONG critica escolha do novo ministro do Esporte

Publicado em 30/12/2014 Editoria: Política Comente!


foto: Indicação de George Hilton gerou reclamações da ONG Atletas pelo Brasil - Zeca Ribeiro

foto: Indicação de George Hilton gerou reclamações da ONG Atletas pelo Brasil - Zeca Ribeiro

Para integrantes da Atletas pelo Brasil, indicação do deputado George Hilton (PRB-MG) escancara o caráter político do preenchimento da pasta. Na visão deles, Dilma “perdeu chance” de melhorar a área.

A indicação do deputado federal George Hilton (PRB-MG) para o Ministério do Esporte provocou mais uma reação contrária nesta segunda-feira (29). Agora foi a vez da ONG Atletas pelo Brasil, que em nota oficial condenou a falta de critério na escolha do bispo licenciado para Igreja Universal do Reino de Deus para o cargo. Ele vai substituir ao atual ministro Aldo Rebelo no segundo mandato de Dilma Rousseff.

“Às vésperas das Olimpíadas, a Presidente Dilma abriu mão de uma oportunidade de melhorar a gestão do esporte. Decepcionou todo um setor de atletas, jornalistas, empresários, organizações, trabalhadores e amantes do esporte em geral”, diz a ONG em nota divulgada nesta segunda-feira (29).

A organização reúne nomes como Ana Moser e Bernadinho, do vôlei, Fernando Meligeni, do tênis, Gustavo Borges, da natação, e Raí, do futebol, existe desde 2009. A ideia dos integrantes é tentar mobilizar atletas e pessoas ligadas ao esporte para influenciar nas políticas para a área, gerar conhecimento e melhorar as ações no setor.

O deputado passou a última semana dando explicações sobre fatos de seu passado. O mais notório dele ocorreu em 2005, quando foi detido pela Polícia Federal com mais de R$ 600 mil (em valores da época) em um aeroporto em Belo Horizonte. O dinheiro, segundo ele, era de fiéis da Igreja Universal. Apesar de o processo ter sido arquivado, acabou expulso do PFL, partido pelo qual era deputado estadual em Minas.

Leia a íntegra da nota:

A Atletas pelo Brasil vem manifestar publicamente seu desapontamento com a forma de nomeação do atual Ministério do Esporte.

Somos uma organização não governamental que trabalha pela melhoria da política esportiva no Brasil. Desde 2009, trabalhamos para influenciar as decisões governamentais a fim de que haja uma legislação mais moderna, uma alocação de recursos mais eficiente, uma melhor gestão e transparência no esporte e para que o País possa pensar no esporte como fator estratégico para o desenvolvimento humano e social com importante impacto na saúde, educação e planejamento urbano.

Como diz nossa missão, queremos “melhorar o esporte para melhorar o País”.  Acreditamos piamente nisto. Somos uma associação de mais de 60 atletas de relevância para o esporte.

Tivemos, junto com muitos outros, importância no passado, e continuamos tendo no presente. E, muito mais do que isso, queremos ajudar a construir um País com espirito olímpico. Desejamos uma política  esportiva (educacional, de participação e de alto rendimento) que nos orgulhe e que mostre um caminho diferente, que aponte para o Esporte que o Brasil merece.

Temos trabalhado na seara política pois acreditamos na participação ativa da sociedade para as mudanças do País. No esporte, só teremos resultados expressivos e de longo prazo caso ele seja administrado com responsabilidade por nossos governantes e legisladores.

Exigimos muito mais respeito e cuidado com tudo que envolve o tema Esporte no Brasil. O que está muito longe de acontecer quando constatamos os critérios, ou a falta deles, que foram usados para a escolha do novo ministro.

Infelizmente, há anos, o Ministério do Esporte é usado na barganha política. Não se trata de decidir quem seria a melhor pessoa para ocupar o cargo, mas qual partido o terá de acordo com as alianças e que decidirá a seu bel-prazer quem o representará. Nem mesmo uma familiaridade com o tema é observada, o que traz enormes prejuízos ao esporte e ao País em um setor que está à frente de um enorme investimento com os megaeventos esportivos.

A nomeação com critério unicamente político, na maior parte das vezes, traz consigo o aumento da ineficiência de gestão, descontinuidade da política, reinício de convencimentos e processos e tudo isso com custo aos cofres públicos.

Às vésperas das Olimpíadas, a Presidente Dilma abriu mão de uma oportunidade de melhorar a gestão do esporte. Decepcionou todo um setor de atletas, jornalistas, empresários, organizações, trabalhadores e amantes do esporte em geral.

E nós, atletas, não podemos mais ser mais usados simplesmente para fotos conjuntas em momentos de vitória nacional. Vamos ser francos, essas conquistas são muitas vezes obtidas a despeito da política esportiva, da legislação e da condução nacional do esporte. E, em alguns casos, encontrando até forças contrárias a dificultar o caminho. Se os governantes querem estar ao lado das vitórias, devem tomar consciência da sua enorme responsabilidade nas derrotas.

Mesmo assim, seguimos em frente pois acreditamos em um País melhor, mas reiteramos aqui hoje que, como cidadãos e cidadãs brasileiros, nos sentimos envergonhados e desprestigiados, vendo que o esporte no Brasil continua sendo encarado como algo menor.

Nós da Atletas pelo Brasil continuaremos prontos para ajudar, contribuir e dialogar com todos que desejam deixar um lindo legado esportivo para o País.

 

› FONTE: Congresso em foco

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