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Dengue: 117 municípios em situação de risco e 533 em alerta

Publicado em 04/11/2014 Editoria: Saúde Comente!


foto: Divulgação

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A pesquisa foi realizada pelo Ministério da Saúde, em conjunto com estados e municípios, em 1.463 cidades brasileiras no mês de outubro.

O Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de outubro deste ano revela que 117 municípios brasileiros estão em situação de risco para a ocorrência de epidemias de dengue, outros 533 em alerta e 813 cidades com índice satisfatório.

A pesquisa, que identifica os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito transmissor da doença, foi apresentada nesta terça-feira (4), pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, e pelo secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. Na ocasião, também foi apresentado novo boletim da doença, que mostrou redução de casos e óbitos neste ano em comparação com 2013.

Elaborado pelo Ministério da Saúde em conjunto com estados e municípios, o LIRAa foi realizado em outubro deste ano em 1.463 cidades. A pesquisa é considerada um instrumento fundamental para orientar as ações de controle da dengue, o que possibilita aos gestores locais de saúde anteciparem as ações de prevenção.

Durante a apresentação de hoje, o ministro destacou que a queda expressiva nos números de casos e óbitos por dengue neste ano se deve as medidas de prevenção adotadas pelo governo federal, pelos gestores locais e sociedade. Chioro alertou, no entanto, que é preciso manter e reforçar estas ações para combater, não apenas a dengue como o chikungunya.

"As medidas de enfrentamento e prevenção das duas doenças são as mesmas. Temos de intensificar estas ações e prestar bem a atenção nas informações que o  LIRAa nos revela. Trata-se de uma ferramenta muito potente que nos dá informações importantes", observou. Ele explicou que os gestores municipais têm informações qualificadas para atuar nos bairros com maiores índices de infestação e os principais depósitos onde as larvas dos mosquitos foram encontradas.

O ministro destacou também a importância da preparação e qualificação dos profissionais de saúde para o manejo clínico dos pacientes com dengue e com chikungunya.  "Todas as equipes de saúde que atuam nas unidades básicas estão sendo orientados, por meio dos protocolos clínicos, para que possam reconhecer os sintomas, tanto de dengue como chikungunya”.

Segundo ele, é preciso, também, que os profissionais fiquem alertas para os sinais de agravamento da dengue - vômitos e dores abdominais, que não estão presentes no chikungunya e que são fundamentais para o manejo adequado do paciente, evitando o agravamento e o óbito por dengue".

LEVANTAMENTO  

Os municípios classificados como de risco apresentam larvas do mosquito em mais de 3,9% dos imóveis pesquisados. É considerado estado de alerta quando menos de 3,9% dos imóveis pesquisados têm larvas do mosquito, e satisfatório quando o índice está abaixo de 1% de larvas do Aedes aegypti.

De acordo com o levantamento, nenhuma capital está em situação de risco.  São dez as capitais que apresentaram situação de alerta (Porto Alegre, Cuiabá, Vitória, Maceió, Natal, Recife, São Luís, Aracaju, Belém e Porto Velho) e outras 11 estão com índices satisfatórios (Curitiba, Florianópolis, Brasília, Campo Grande, Goiânia, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Macapá, Teresina e João Pessoa). Seis capitais (Boa Vista, Manaus, Palmas, Rio Branco, Fortaleza e Salvador) ainda não apresentaram ao Ministério da Saúde os resultados do LIRAa. Estes resultados foram consolidados até esta segunda-feira (3) e o Ministério da Saúde continua recebendo as informações dos estados.

O secretário Jarbas Barbosa reiterou a importância do levantamento, como estratégia de prevenção da doença.

"A informação que o LIRAa proporciona é importante para o gestor municipal agir e para a população se prevenir. Sabendo que a maioria dos focos está em armazenagem da água, o prefeito irá direcionar a ação para caixa d&39;água destampada”, explicou o secretário. 

Segundo ele, com isso a equipe poderá orientar a população sobre os cuidados com esses  recipientes. “Em apenas 15 minutos semanais, as famílias podem fazer o inspeção dentro de casa e destruir os focos dos mosquitos”, frisou.

O secretário, no entanto, ressaltou que o fato de uma determinada cidade estar em situação satisfatória no LIRAa não significa que esteja  protegida. "Se o município parar de agir, a população de mosquito pode crescer", alertou. Barbosa esclareceu que um município com população de mosquito elevada pode ter transmissão de chikungunya.

"Ninguém está protegido se no local tem mosquito para fazer a transmissão, seja em casa ou no trabalho". Ele ressaltou que o Brasil possui o programa nacional permanente de controle da dengue, integrando as ações de vigilância e de assistência à saúde, o que tem resultado na queda dos óbitos por dengue.

"Com a integração das áreas de vigilância e assistência e, ainda, com a divulgação de protocolo aos profissionais de saúde, os médicos passaram a identificar, rapidamente, os casos com risco de agravamento para realização de medidas de hidratação e tratamento”, observou o secretário.

CRIADOUROS

Além de ajudar os gestores a identificar os bairros em que há mais focos de reprodução do mosquito, o LIRAa também aponta o perfil destes criadouros. Os focos podem estar em formas de armazenamento de água, em espaços em que o lixo não está sendo manejado adequadamente e em depósitos domiciliares.

Esse panorama varia entre as regiões. Enquanto na Região Sul, 47,3% dos focos estão no lixo, no Nordeste e no Centro Oeste o armazenamento de água é a principal fonte de preocupação com 78,8% e 36,8%, respectivamente. Já o Norte e o Sudeste têm no depósito domiciliar o principal desafio, com taxas de 46,6% e 55,1%, respectivamente.
 

Criadouros por região

Região

Abastecimento

de água

Depósitos domiciliares

Lixo

Norte

25,4%

28%

46,6%

Nordeste

78,8%

16,1%

5,1%

Sudeste

28,6%

55,1%

16,2%

Centro Oeste

36,8%

30,6%

32,7%

Sul

16%

36,7%

47,3%

 

 

 

› FONTE: Agência Saúde do Governo

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