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Equipe monitora baleias-franca enredadas na APA da Baleia Franca/ ICMBio

Publicado em 04/09/2013 Editoria: Meio Ambiente Comente!


Crédito: Pedro Castilho/UDESC, Paulo Flores/CMA/ICMBio

Crédito: Pedro Castilho/UDESC, Paulo Flores/CMA/ICMBio

A análise realizada para avaliar o estado dos animais indicou que a presença das redes não oferecem risco à sua saude.

Nesta terça-feira (03), com o apoio do Grupamento de Policiamento Ostensivo Marítimo da Polícia Militar Ambiental de Laguna, especialistas do Curso de Engenharia de Pesca da UDESC, do Projeto Baleia Franca/Brasil (PBF) e do Centro de Mamíferos Aquáticos e APA da Baleia Franca, ambos do ICMBio, monitoraram grupos de baleias-franca, avistadas nas Praias da Ribanceira e Praia do Porto em Imbituba-SC.

O objetivo dessa ação integrada foi acompanhar indivíduos que se encontravam com pedaços de redes presos ao corpo. As informações foram inicialmente repassadas por comerciantes e moradores locais para a APA da Baleia Franca, acionando-se o Protocolo de Encalhes da Unidade de Conservação Federal.

Com o processamento das informações colhidas, executou-se uma operação integrada com o objetivo de averiguar, com monitoramento embarcado, utilizando-se a Lancha Patrulha Ambiental SEAP-01, da 3ª Companhia de Polícia Militar Ambiental de Laguna.

Foram localizadas 38 baleias entre as praias de Ibiraquera e Porto - Imbituba (SC), sendo a maioria pares de mãe e filhote. Foi constatada a presença de rede em dois indivíduos adultos. Os animais apresentavam comportamento normal, aspecto corporal saudável, sem sinais de ferimentos externos, e não tinham seu deslocamento comprometido, não sendo necessário qualquer procedimento para retirada das mesmas.

Por constatações em anos anteriores na região da APA, as redes acabam se desprendendo dos animais. Além disso, o procedimento para retirada é extremamente arriscado, só devendo ser realizado após analise do estado físico dos animais e do grau de enredamento, por pessoal treinado e devidamente equipado. Está em andamento a formação de um grupo especializado para este tipo de atendimento.

A Chefe da APA da Baleia Franca, Maria Elizabeth Carvalho da Rocha ressalta que “em casos de enredamento é ainda mais importante que as pessoas respeitem a legislação e não se aproximem dos animais para evitar molestamento e um gasto energético adicional. A população pode auxiliar enviando fotos dos registros, possibilitando a identificação da espécie e documentação do caso, para que possa ser avaliado, desde que respeitadas as distâncias.”

O Comandante da 3ª Companhia do Batalhão de Polícia Militar Ambiental, Major Jefer Francisco Fernandes destaca que “são de suma importância a execução de operações integradas dessa natureza com o objetivo de identificar, proteger e preservar essa espécie de cetáceo em nossa costa. A população e os navegantes devem respeitar as normativas de proteção dessa espécie e, em caso de ocorrências de enredamento, encalhe e maus tratos contra esses animais, deverão imediatamente comunicar a Polícia Militar Ambiental para a pronta intervenção e acionamento do Protocolo de Encalhes da APA da Baleia Franca.”

As baleias-franca migram anualmente entre áreas de alimentação e reprodução. Entre julho e novembro, com pico de ocorrência em setembro, a espécie vem para o Brasil, especialmente a região sul, para reprodução. A principal área de ocorrência está no litoral centro-sul de Santa Catarina, no trecho protegido pela Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca.

Protocolo de Encalhes da APA da Baleia Franca

A coordenação do Protocolo de Encalhes é formada pela APA da Baleia Franca e Centro Mamíferos Aquáticos (ICMBio), Projeto Baleia Franca/Brasil, Associação R3 Animal, UNESC, Capitania dos Portos e Polícia Militar Ambiental que trabalham em parceria para o atendimento de encalhes na região da APA.

 

Legislação

As baleias-franca são uma espécie ameaçada de extinção e protegida pela lei Federal 7643/1987. A Portaria IBAMA 117/1996 determina normas de aproximação e cuidados para evitar o molestamento.

Cuidados para não molestar os animais (Portaria IBAMA 117/1996):

·          Respeite as distâncias de aproximação embarcada (desligar ou colocar os motores em neutro a 100m);

 

 ·          Nunca avance bruscamente na direção das baleias;

 

·          Nunca se aproxime por detrás das baleias, nem intercepte o seu curso, mantenha-se afastado em posição lateral;

 

 ·          Não separe grupos de baleias ou mães de filhotes;

 

 ·          Nunca religue os motores sem avistar claramente os animais na superfície;

 

 ·          Não faça ruídos desnecessários, nem jogue qualquer objeto na água;

 

 ·          Não permaneça junto às baleias por mais de 30 minutos;

 

 ·          Nunca nade em direção às baleias, o risco de acidentes é grande.

 

 

Baleias-Franca em Santa Catarina - hábitos e ocorrência

As baleias-franca migram anualmente entre áreas de alimentação e reprodução. De julho a novembro a espécie vem para Santa Catarina para acasalar e procriar. O pico de ocorrência é em setembro, sendo os últimos indivíduos avistados em novembro. Os fatores que influenciam na escolha das baleias-franca por determinados locais estão relacionados à temperatura mais amena, águas calmas e rasas, ambiente adequado para o nascimento e cuidados com os filhotes nos primeiros meses de vida.  Além disso, pares de mãe e filhote têm preferência por águas rasas para evitar interações com outros grupos de baleias- franca.

A permanência da espécie em locais com pouca profundidade, próximo à zona de arrebentação é um hábito natural da espécie, que é adaptada para tal comportamento, e por isso não corre risco de encalhar. Portanto, ao avistar uma baleia-franca próxima à costa não tente direcioná-la de volta ao alto mar, pois não é necessário.

A principal área de ocorrência da espécie é na APA da Baleia Franca/ICMBio, no litoral centro-sul de Santa Catarina. Porém, a presença em outras regiões do Estado pode ocorrer, e tem sido cada vez mais frequente em função do crescimento e recuperação populacional da espécie no Brasil.

 

Procedimentos em caso de encalhes e emalhes:

Como ajudar?

- Entre em contato com as instituições responsáveis

 

Em caso de emalhes:

- Não tente remover a rede

- Registre o local da ocorrência

- Obtenha fotografias do animal, possibilitando a identificação da espécie e documentação do caso, para que possa ser avaliado.

 

Em caso de animais vivos encalhados na praia:

- Não tente devolver o animal para a água pois pode ser perigoso devido ao tamanho e peso do animal.

- Ajude a isolar a área mantendo pessoas e animais domésticos afastados

- Coloque panos molhados sobre o corpo do animal e providencie sombra para evitar queimaduras solares.

- Mantenha o animal molhado, sem jogar água no orifício respiratório

- Obtenha fotografias do animal, possibilitando a identificação da espécie e documentação do caso.

- Colabore com a sensibilização e a conscientização da comunidade

 

Proteja a sua saúde

- Os animais encalhados podem transmitir doenças aos seres humanos.

- Evite respirar o ar expirado pelos animais.

- Não se aproxime da cauda. São animais grandes em situação de debilidade física, que podem se tornar ariscos com a aproximação de outros indivíduos e causar ferimentos.

 

Serviço:

APA da Baleia Franca/ICMBio: (48) 3255-6710

Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio: (48) 3282-1863

Núcleo de Fauna IBAMA/SC: (48) 3212-3368 ou 3212-3356

Projeto Baleia Franca (Imbituba): (48) 3255-2922/ (48) 9928-3223      

UFSC – Laboratório de Mamíferos Aquáticos: (48) 3721-9626      

UNESC (Criciúma): (48) 3431-2573            

UDESC - (48) 9696-6025

Polícia Militar Ambiental: Laguna:(48) 3644-1728/ Maciambú:(48) 3286-1021/ Florianópolis:(48) 3269-7111/ Maracajá:(48) 3523-1870  

› FONTE: Apa da Baleia Franca

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