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EUA entregam arquivos da ditadura militar a Dilma

Publicado em 18/06/2014 Editoria: Política Comente!


Biden disse que mais informações serão fornecidas, mas não se sabe quando e qual o ineditismo dos dados - Divulgação

Biden disse que mais informações serão fornecidas, mas não se sabe quando e qual o ineditismo dos dados - Divulgação

Vice-presidente dos EUA forneceu documentos hoje e disse que mais dados do regime militar serão repassados aos brasileiros. Após espionarem Dilma, americanos dizem que agora dão “novo enfoque” à política de segurança.

O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta terça-feira (17) que seu país irá dar ao Brasil parte dos documentos que eles possuem sobre a ditadura militar brasileira (1964-1985). A medida é uma resposta à revelação de que os EUA fizeram espionagemcontra a presidente Dilma Rousseff e a Petrobras.

Biden disse que hoje já entregou alguns destes documentos a Dilma, em uma reunião pela manhã no Palácio do Planalto. Biden considerou essas informações um “conjunto inicial” de dados, sem explicara quantas mais serão fornecidas e qual o prazo para isso. Não se sabe se se tratam de informações inéditas ou já arquivadas em bibliotecas e sites americanos, à espera da consulta de qualquer pessoa.

De toda forma, os documentos devem ser remetidos à Comissão Nacional da Verdade.

Biden disse ter tido uma conversa “franca” com Dilma e garantiu que os EUA hoje dão “um novo enfoque” a sua política de segurança e interceptação de dados pessoais após o incidente com o Brasil. “Disse a ela que o presidente Obama, quando ficou sabendo das revelações, resolveu fazer um exame completo e nós mudamos nossos procedimentos e estamos dando novo enfoque a estas questões”, afirmou o vice-presidente norte-americano, segundo o portal G1.

A intenção do encontro hoje era aparar as arestas depois do mal estar causado pelas revelações de que a Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA monitoraram conversas da presidenta. As informações e documentos, prestados pelo ex-agente Edward Snowden, mostraram ainda que a Petrobras foi espionada meses antes do leilão de Libra, o maior campo de petróleo do pré-sal.

O conflito fez Dilma cancelar uma viagem de Estado aos EUA no ano passado por considerar que o presidente Barack Obama não fez um compromisso convincente de desculpas e de suspensão de futuras espionagens contra o Brasil. Na ocasião, a Presidência da República divulgou nota informando que a decisão de adiar o encontro foi tomada pelos dois presidentes – Dilma e Obama.

Importância

Biden disse que a questão da espionagem é importante. “Discutimos hoje as escutas americanas e como essa questão é muito importante, muito importante não só aqui no Brasil, mas muito importante também para os Estados Unidos e para o seu povo”, afirmou ele, em entrevista coletiva no início da tarde, na Embaixada norte-americana.

O vice-presidente dos EUA disse que seu país não faz mais diferenciação entre estrangeiros e norte-americanos quando o assunto é proteger a privacidade das pessoas. A mudança aconteceu em janeiro, de acordo com Biden. As regras de privacidade, previstas na Constituição dos EUA, valem para todos agora.

Mais cedo, Biden disse estar “confiante” de que as relações entre Brasil e EUA seriam restabelecidas. Ele classificou como “ótimo” o encontro  com Dilma.

Em entrevista publicada ontem pelo jornal Folha de S.Paulo, o vice-presidente dos EUA disse que seu governo faz “um esforço concentrado para melhorar nosso relacionamento com os governos da região além do âmbito ideológico”. Ele disse que espera ter Dilma no jantar de estado a ser promovido por Obama apesar da viagem cancelada no ano passado.

Trabalhar juntos

Em maio do ano passado, Joe Biden esteve no Brasil e se reuniu com a presidenta Dilma. Na ocasião, declarou que o Brasil superou a fase dos “países em desenvolvimento” e já alcançou o nível das nações desenvolvidas e que os dois países têm de “trabalhar juntos”.

Os Estados Unidos são o segundo principal parceiro econômico do Brasil, atrás apenas da China. A expectativa é que, até o fim do ano, o país tenha recebido mais de 26 mil estudantes brasileiros em universidades norte-americanas.

 

› FONTE: Congresso em Foco

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