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Setor Primário de São José: a apicultura também tem espaço no município

Publicado em 30/05/2014 Editoria: Saúde Comente!


foto: Glaicon Covre - Secom/PMSJ

foto: Glaicon Covre - Secom/PMSJ

As propriedades locais estão sendo mapeadas pela Fundação Municipal do Meio Ambiente.

Dando sequência ao levantamento das atividades primárias desenvolvidas em São José, os técnicos da Fundação Municipal do Meio Ambiente visitaram, na última semana, o setor de apicultura.

O objetivo do trabalho é entender como cada setor funciona e desenvolver uma identidade diferenciada. O resultado do mapeamento também poderá ser utilizado na elaboração de novas políticas para o desenvolvimento destas atividades. O primeiro setor visitado foi o da maricultura e, em seguida, foram visitados os setores de orgânicos, pecuária e hidropônicos.

O superintendente da Fundação Municipal do Meio Ambiente, Eduardo Bastos, explica que, a partir da conclusão do levantamento, a proposta é criar um Selo de Inspeção para que os produtores possam vender seus produtos em São José com garantia e qualidade.

“Queremos dar uma identidade para o setor primário e também precisamos entender como cada setor funciona, já que muitos desses produtos são vendidos nas feiras livres do município”, explica Eduardo.

No setor de apicultura, foram visitadas as propriedades de Carlos José da Silva e Zeni Maria Kenpner da Silva, que possuem cerca de 200 colmeias de abelhas africanas que produzem pólen e mel. Carlos explica que a produção de pólen é diferente da produção de mel, apesar das duas serem feitas na mesma colmeia.

 “As colmeias produtoras de pólen devem ser alimentadas com xarope de açúcar, proteína de soja e levedura de cerveja, para que os filhotes tenham opção de alimentação e a colheita do pólen possa ser feita”, explica Carlos. Após retirar o pólen dos coletores, o produto fica 48 horas no freezer e depois mais 12 horas em uma estufa, para ser desidratado e somente depois ser vendido.

O apiário de Carlos fica no Bairro Pagará, em uma região afastada do município, pois as abelhas africanas devem ser mantidas longe devido a sua agressividade. Carlos explica ainda que esta época do ano não é de produção de mel, pois não há muitas flores. Por isso, somente na primavera é que são colocados os coletores para produção.

Segundo Zeni, na época de produção, para retirar o produto é feita fumaça com sabugo e folhas de bananeiras e colocada perto das colmeias. “A fumaça serve para quebrar a comunicação entre as abelhas para elas não atacarem, facilitando o trabalho”, assinala.

Outro ponto de parada foi a propriedade de Vera da Silva Candido, onde existem 49 colmeias para produção de pólen. Vera afirma que este é um mercado que cresce muito na região. “Tudo o que é produzido aqui é vendido, e se tivéssemos mais estrutura para a produção, com certeza a venda seria bem maior”, avalia. Para aumentar a produção, Vera explica que é preciso mudar as colmeias de lugar e também ter uma pastagem apícola com flores nativas para produção do pólen.

O trabalho de levantamento continuou na propriedade de Teófilo Vargas Machado, que possui cerca de 30 colmeias para produção. Além do mel, o local é um dos poucos exemplos em São José de propriedade típica, ou seja, que cultiva diversos produtos em caráter de subsistência.

Na propriedade há hortaliças como alface, cenoura, beterraba, feijão de vagem, chuchu, nabo, e também milho, feijão e aipim. O produtor também cria galinhas e porcos, além de manter um açude com peixes.

Teófilo conta que a produção é para a subsistência da família e o que é produzido em excesso é vendido. O produtor também explica que desde que comprou a propriedade, há 23 anos, sempre faz um trabalho de preservação da natureza, principalmente com as nascentes dos rios.

“Aqui deveria existir uma política de preservação ambiental com o objetivo de preservar as fontes naturais de água”, diz o proprietário.

Segundo dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), São José possui apiários em comunidades rurais de Forquilhas, Mariquita, Pagará, Colônia Santana, Sertão do Imaruim e Potecas. São 26 famílias que trabalham com produção de mel e duas famílias que produzem o pólen, totalizando uma média anual de produção de 1.300kg de pólen e 3.900kg de mel.

Segundo o técnico da Epagri, Irineu Antônio Merini, o mel é vendido no varejo para consumidores do município e o pólen é vendido por atacado para empresas do ramo em Içara, no Sul do Estado.

“A maioria dos apicultores tem na atividade mais uma fonte de renda para a sua propriedade rural. A apicultura é uma atividade que permite explorar as áreas de preservação permanente – APPs nos estabelecimentos rurais sem gerar impacto ambiental”, explica Merini. 

 

 

 

› FONTE: Prefeitura de São José

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