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Mais médicos, mais polêmicas

Publicado em 28/08/2013 Editoria: Política Comente!


foto: Aurelio Jornalismo

foto: Aurelio Jornalismo

Por Carlos Henrique Pianta

Chegaram, no início desta semana, os médicos cubanos contratados pelo governo brasileiro. Sob críticas e aplausos, os profissionais iniciaram suas aulas preparatórias em território tupiniquim. A medida é parte do projeto ‘Mais Médicos’, do governo federal.

O assunto tem mobilizado a sociedade civil brasileira de diversas formas. Estudantes e profissionais de medicina em espalhadas partes do país protestaram contra a vinda dos médicos, pedindo investimento em saúde pública. As alegações são de que não há comprovação de qualidade dos médicos cubanos e eles vivem sob ditadura e o Brasil estaria apoiando a exploração dos trabalhadores cubanos.

Conforme dados do Ministério da Saúde, o país tem aproximados 1,8 médicos por cada 1000 habitantes, média superior a mundial. No entanto, a distribuição destes profissionais é desigual, as grandes cidades acabam aglomerando profissionais, o que faz com que varias regiões do país fiquem desassistidos. Regiões muitas vezes já esquecidas pelo desenvolvimento das metrópoles, sem saneamento, pessoas desinformadas ou simplesmente sem opções. São estes brasileiros que também compõem os dados, mas que estão muito longe de serem representados por eles.

   A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ao governo cubano que faça o novo plano de combate a fome na América Latina, entendendo que o modelo do país centro-americano de combate as desigualdades sociais é o mais eficaz. Segundo a própria ONU, Cuba deve eliminar a pobreza no país em 2015.

Em matéria divulgada em seu site, o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde se Santa Catarina (SindSaúde/SC) questiona o chapecoense, Augusto César, estudante de medicina em Cuba.

“É mais barato fazer promoção e prevenção de saúde. No entanto, isso rompe com a ditadura do dineiro. Com isso, os médicos aguardam o paciente ficar doente para pedir um monte de exames e dar um monte de medicamentos”, afirma Augusto.

Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou em nota que 84% dos 400 médicos cubanos, que participarão desta primeira etapa do projeto, tem mais de 16 anos de experiência e todos já participaram de missões em outros países, inclusive de língua portuguesa, além disso, possuem especialização em Medicina da Família e da Comunidade. Talvez este seja o problema, o viés preventivo e voltado para a inclusão social da medicina cubana.

O foco predominante no Brasil é o trabalho conjunto com a indústria farmacêutica, de equipamentos médicos e dos planos de saúde. Estas empresas têm influência e ocupam espaços importantes em instituições de ensino e de representação profissional da medicina. O site do Sindicato dos Médicos de Santa Catarina, por exemplo, exibe como parceiros empresas provedoras de planos de saúde. Sendo assim, até que ponto a instituição defende os interesses da saúde pública em relação aos interesses econômicos de seus financiadores?

Em paralelo com o projeto ‘Mais Médicos’, no estado de Santa Catarina, a justiça exigiu o fim do contrato do governo estadual com a Organização Social de Saúde (OSs) de São Paulo que administra o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU). O Ministério Público entende que a atuação das entidades privadas na saúde pública não pode ocupar espaço predominante. O contrato de privatização do serviço foi assinado há mais de um ano e apenas os trabalhadores exclusivos da saúde pública se manifestaram contrários aos contratos de privatização. Coincidentemente, estes são, em sua maioria, defensores do programa de importação de médicos. 

› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

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