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Tainhômetro é lançado em Santa Catarina

Publicado em 12/06/2017 Editoria: Meio Ambiente Comente!


foto divulgação internet

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Pescadores começam a levantar, por conta própria, dados sobre a pesca da tainha.Associações e sindicatos começam a se organizar para mostrar ao governo federal que é possível monitorar os desembarques de tainha e projetar uma política de manejo pesqueiro

 

Associações e sindicatos da pesca artesanal e industrial em Santa Catarina tomaram a iniciativa de registrar voluntariamente dados sobre seus desembarques na safra de tainha. Isso está sendo feito em um banco de dados, alimentado via aplicativo, que armazena informações sobre as capturas, tipo de arte de pesca, local e data do desembarque.

 

A iniciativa conta com o apoio técnico da Oceana, que auxilia os pescadores na estruturação de seus processos de monitoramento e também acompanhando todas as etapas de inserção e análise dos dados. A partir de hoje, todas as informações estão sendo divulgadas em tempo real no “Tainhômetro”, um painel digital que mostra em tempo real, a produção de tainha em SC na safra de 2017 e pode ser visitado no link www.tainhometro.com.br. Até as oito horas do dia 12 de junho, já foram contabilizadas 225 toneladas de tainha desembarcadas no litoral catarinense.

 

Os dados estão sendo registrados pelas seguintes entidades: Associação dos Pescadores Profissionais Artesanais de Emalhe Costeiro de Santa Catarina (APPAECSC), Federação de Pescadores do Estado de Santa Catarina (Fepesc), Sindicato dos Armadores e da Indústria da Pesca de Itajaí (Sindipi) e a Pastoral dos Pescadores de Laguna.

 

A iniciativa de monitorar voluntariamente a safra de tainha tem três objetivos principais. Primeiro, mostrar ao governo que é possível saber quanto se pesca em tempo real. Segundo, ter informações para garantir a atualização dos estudos e os ajustes necessários para uma gestão científica e qualificada dessa pescaria. E, por último, empoderar os pescadores que serão capazes de, pela primeira vez, mostrar a importância socioeconômica da atividade e cobrar as políticas públicas necessárias para o desenvolvimento da pesca - que é uma atividade econômica e precisa ser tratada como tal. A falta de uma política governamental séria de monitoramento e análise de dados e, de controle da pesca, não pode mais ser usada como desculpa para a não adoção de medidas já utilizadas com sucesso em várias regiões do mundo.

 

“O monitoramento voluntário da pesca é uma iniciativa inovadora e animadora” afirma Mônica Peres, diretora geral da Oceana. “Acho que finalmente entendemos que não adianta só ficar reclamando e assim mostramos que é possível monitorar e controlar os desembarques de tainha durante a safra. Essa é a prova de que a sociedade organizada pode assumir o protagonismo de um processo onde vamos exigir medidas de gestão modernas e efetivas. Queremos avaliações de estoque e cotas de captura, integradas a planos de gestão amplamente discutidos com a sociedade. Não há mais espaço para achismo e autoritarismo”, completa.

 

“Sem a informação que vai diretamente do mar para a terra, o governo não tem como fazer planejamento pesqueiro e, já que não fazem o monitoramento, então nós mesmos vamos fazer”, explica Aguinaldo dos Santos, coordenador da Câmara Setorial do Cerco do Sindipi.

Ricardo João Rego, presidente da APPAECSC, explica que é interessante essa junção entre a pesquisa e a pesca, retratada no levantamento das informações de forma conjunta. “Dessa maneira estamos juntando forças com aquilo que já fazíamos separadamente, rumo a um objetivo comum de buscar uma política pesqueira que conheça de perto a realidade do mar, porque a que temos hoje é feita sem base nenhuma do que acontece no dia a dia dos pescadores”, avalia.Ivo da Silva, presidente da Fepesc, lembra ainda que o levantamento não mostra apenas os valores pescados, mas que os bancos de dados estão recolhendo também dados sobre os tipos de pesca, o que é muito importante para estudos mais aprofundados sobre as práticas de captura da tainha e de outras espécies. “Se conseguimos com a Tainha, conseguimos com as outras espécies que pescamos”, resume.

› FONTE: Maysa Provedello. Oceana. Comuniquese

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