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Notícias Culturais por Lia Leal

Publicado em 12/09/2020 Editoria: Curiosidades Comente!


Estas notícias culturais são colhidas do Livro Mil notícias culturais, do jornalista Norberto Cândido Silveira Júnior (1917 – 1990), publicado pela Editora Lunardelli em 1985 para assinalar os 50 anos de jornalismo do autor.
 
Fui levada ao jornalismo por ele e com ele trabalhei durante a gestão Konder Reis no gabinete do governador (1975-1979) como assistente da assessoria especial, chefiada por ele. Além de ser matéria leve quando a maioria dos periódicos só fala em morte e pandemia, elegi este assunto para a coluna de variedades como forma de mantê-lo vivo na mídia.
 
Pessoas como Silveira Jr. não deveriam morrer nunca. Imortalizado na Academia Catarinense de Letras, onde ocupou a cadeira no. 2, hoje ocupada pela escritora Urda Alice Klueger, Silveira Jr. é resgatado por meio deste trabalho que trago aos leitores do Floripa News para reverenciar a memória daquele que considero meu pai intelectual.  
 
Eis o que diz o autor na orelha do livro:
Este livro contém muitos meses de pesquisa na Biblioteca Pública de Santa Catarina. Para escrevê-lo não procurei nada que já estivesse pronto. Desprezei a curiosidade sem nenhum substrato de natureza cultural. Não me abeberei nos livros que se ocupam de recordes, de coisas inusitadas. 
 
Procurei em publicações sérias aquelas informações que, resumidas num pequeno verbete, pudessem transmitir ao leitor alguma informação útil ou acrescentar-lhe um pouquinho de cultura. Muitas vezes li todo um livro e não consegui mais de um ou dois verbetes. Por exemplo: de todo o conteúdo do volume I da História, de Heródoto, retirei apenas os verbetes 459 e 469. De outros, nem isso. 
 
Insisto: este livro é pesquisa pura. Para escrevê-lo não abri um único livro, revista ou almanaque de curiosidades, que geralmente atraem a nossa atenção, mas não acrescentam nada ou quase nada à nossa formação cultural. Cada verbete exaure a curiosidade do leitor. 
 
Assim, por exemplo, todas as pessoas que eventualmente constem num deles terão as informações sobre quem foram, quando nasceram e quando morreram; se falo numa moeda ou num peso antigo, dou os seus correspondentes em valores de hoje. (1985) 
 
O leitor poderá ter interesse em saber quantos verbetes se ocupam de um mesmo assunto. E só recorrer ao índice remissivo no fim do volume. Sou um autêntico autodidata e por isso valorizo muito tudo que se pode aprender enquanto se espera o almoço ou no intervalo de dois programas de televisão. Aliás, foi assim que aprendi o pouco que sei. SJ
 
Diferença entre monopólio, truste e cartel.
 
966. Quando o governo dá privilégio exclusivo a uma empresa para explorar uma indústria ou vender um produto sem concorrência, configura-se o monopólio; quando várias firmas se consorciam, sob a direção de um conselho ou junta central, com a finalidade de regular a produção e distribuir determinado produto, eliminar a concorrência e ditar os preços, constitui-se um truste. O cartel é semelhante ao truste, com a diferença de que as empresas cartelizadas mantêm a sua independência administrativa, mas a finalidade é também distribuir o mercado, evitar a concorrência e ditar preços. 
 
O Brasil não produz diamante.
 
969. Durante o período colonial, o Brasil liderou a produção mundial de diamante. Hoje (1985) 90% dessa gema são produzidos na África do Sul e 80% desse total são controlados por uma única empresa: a De Beers Consolidated Mines Ltd., que dita o seu preço nos mercados internacionais. Do restante da produção mundial, 8% procedem da Rússia e os outros 2% do resto do mundo.
 
Como Castro Alves perdeu o pé esquerdo.
 
957. Castro Alves (1847-1871) feriu gravemente o calcanhar esquerdo, quando, estudante em São Paulo, disparou acidentalmente a espingarda com a qual caçava. Alguns dos seus biógrafos afirmam que essa caçada fora feita num denso capoeirão que existia entre os atuais bairros do Brás e da Mooca, na capital paulista. Nunca curado, esse ferimento obrigou o Poeta a amputar o pé, morrendo pouco depois, aos 24 anos, de tuberculose. 
 
Ferrovia Transiberiana.
 
973. A Ferrovia Transiberiana, ligando Leningrado a Vladivostoque, na União Soviética, tem a extensão de 10 mil quilômetros e levou 26 anos a ser construída: de 1891 a 1917. Um trem viajando continuamente à velocidade constante de 100 km por hora levaria 100 horas a percorrer esse trajeto. 
 
As várias capitais dos USA
 
951. A cidade de Washington, capital dos Estados Unidos, projetada pelo engenheiro e arquiteto francês Pierre Charles L&39;Enfant (1754-1825) foi inaugurada em 1800. Antes disso, os Estados Unidos tiveram várias capitais: em Filadélfia, Baltimore, Anápolis e Nova Iorque. 
 
Os 20 filhos de Bach.
 
956. João Sebastião Bach (1685-1750), compositor alemão, considerado um dos maiores músicos de todos os tempos, casou duas vezes e teve vinte filhos em dois matrimônios: sete do primeiro e treze do segundo. Entre os seus filhos, Carlos Filipe Emanuel (1714-1788) e João Cristiano (1735-1782) foram também grandes compositores. 
 
O sal nos mares do mundo.
 
939. Em média, uma tonelada de água do mar contém 35 quilos de sais diversos, dos quais 28 quilos de sal de cozinha, 4 quilos de cloreto de magnésio e o restante de mais de 50 elementos diversos. Mas a concentração salina não é uniforme nos mares. Se essa tonelada de água for colhida no Mar Vermelho poderá produzir até 41 quilos de sais diversos; no Mar Negro não passará de 20 quilos e no Mar Báltico poderá chegar ao mínimo de 2 quilos, não ultrapassando os 15 quilos. 
 
Primeiro telegrama da história.
 
926. O primeiro telegrama foi transmitido no dia 24 de maio de 1844. Em Washington estava Samuel Morse (1791-1872), pintor e inventor americano que inventou o telégrafo e o alfabeto telegráfico que leva o seu nome; a 64 quilômetros de distância, em Baltimore, havia um receptor. Manipulando o seu aparelho, Morse transmitiu: "Eis o que Deus realizou". E foi este o primeiro telegrama da história. 
 
Os mendigos de Sua Majestade.
 
928. O problema da mendicância na Inglaterra tornou-se tão agudo a partir do século XV, que Henrique VIII (1491-1547) sancionou uma lei determinando que "doentes e velhos incapacitados tinham direito a uma licença para esmolar, mas vagabundos sadios seriam flagelados e encarcerados. Amarrados atrás de uma carroça, seriam açoitados até que o sangue escorresse pelo corpo”. Se após essa punição o justiçado continuasse esmolando, teria cortada metade das orelhas; se persistisse, seria enforcado.
 
Lia Leal

› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

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