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+ ARQUITETURA: Conforto Ambiental 1 - Iluminação Natural em Edificações.

Publicado em 18/10/2020 Editoria: Arquitetura Comente!


+ ARQUITETURA: Conforto Ambiental 1 - Iluminação Natural em Edificações.

+ ARQUITETURA: Conforto Ambiental 1 - Iluminação Natural em Edificações.

Conforto Ambiental 1 - Iluminação Natural em Edificações.

Observação: Todas as palavras sublinhadas são "clicáveis", direcionando para o tema da palavra.

Hoje iniciarei a primeira de algumas publicações referentes ao conforto ambiental, iniciando pela iluminação natural.

Veremos algumas estratégias simples e elementos a serem utilizados para melhorar ou minimizar os efeitos da iluminação natural.

Acredito que muitos já saibam de algumas estratégias para melhorar a iluminação natural, principalmente os colegas da área da construção civil, mas a ideia não é o aprofundamento no assunto e sim um apanhado geral que agregue informações a todas as pessoas que porventura lerem o artigo.

Tomarei como referência a região sul do país, especificamente Florianópolis e região, visto que as estratégias para conforto ambiental têm muitas variáveis como: latitude, longitude, estação do ano, clima, microclima, altitude da região, ventos predominantes, terreno, vegetação, etc.

As estratégias serão para casas/residências e apartamentos, mas poderão ser utilizadas em outras edificações:

Casas:

Vou subdividir em:

- Melhorias para casas já existentes (reformas);

Casas que ainda não foram projetadas e/ou estão em processo de projeto.

Apartamentos:

Vou subdividir em:

- A ser comprado (na planta ou já construído). Como escolher o melhor.

- Já comprados e/ou ocupados. Como trazer possíveis melhorias.

Iluminação natural:

Quando falamos em iluminação natural podemos pensar em estratégias para melhorar a iluminação deficitária, assim como estratégias para diminuir a iluminação excessiva, que possa vir a causar ofuscamento (direto ou indireto).

Observação 1: Antes de qualquer coisa, não podemos esquecer que o sol muda sua inclinação no decorrer do ano e a incidência dos raios solares diminuem no outono e inverno, devido a maior inclinação do sol.

A Carta solar de Florianópolis tem as seguintes informações em relação à incidência de sol nas fachadas:

Leste: Sol todas as manhãs em todas as estações;

Oeste: Sol todas as tardes em todas as estações;

Norte: Sol mais baixo durante todo o dia no inverno e  em boa parte da primavera. Sol mais alto no verão e em poucas horas do dia;

Sul: Inexistente no inverno, pouco presente no outono e primavera (início e final do dia). Mais presente no verão, início e final do dia, desaparecendo por volta do meio dia para a fachada.

Casas:

- Melhorias para casas já existentes (reformas):

Apesar de termos mais liberdade em relação às casas, poderão existir inúmeros fatores que impeçam melhorias, mas vamos falar de uma forma geral.

1) Primeira estratégia, independentemente da orientação solar, caso você queira aumentar apenas a iluminação natural (desconsiderando outras questões de conforto térmico), aumente as aberturas (janelas, portas-janelas, vidros fixos).

2) Outros elementos que permitem o melhor aproveitamento da luz vinda de fora:

Os mais simples de serem feitos em reformas, sem grandes intervenções são: pintura externa e interna com cores claras (permitem maior reflexão da luz), prateleira de luz, persiana flexível e parede transparente (vidro fixo ou tijolos de vidro, por exemplo. (Figuras 1 e 2)

Átrio, duto de espelhos, poço de luz, shed, peitoril reflexivo, clarabóia, lanternim, domo, mansarda, água furtada, fibra ótica e piso transparente são outras ótimas estratégias, mas demandam mais obra e investimento. (Figuras 1 e 2)
 

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Figuras 1 e 2: Estratégias para melhorar a iluminação natural.

Fonte: http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/apostilas/eficiencia_energetica_na_arquitetura.pdf

- Casas que ainda não foram projetadas e/ou estão em processo de projeto:

Agora sim teremos toda a liberdade do mundo para propor inúmeras soluções para melhoria da iluminação natural.

1) Primeiramente devemos pensar na orientação solar, como já falando anteriormente, optando pela orientação norte, como sendo a principal (se possível);

2) Forma da edificação: A estratégia de criar pátios internos ou átrios (por exemplo) pode trazer grandes benefícios em relação à quantidade de luz que entrará na edificação;

Figura 3: Iluminação natural em função da geometria da planta.

Fonte: http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/apostilas/eficiencia_energetica_na_arquitetura.pdf

2) Tamanho das aberturas: Quando possível, posicione as janelas de um ambiente em mais de uma parede, pois uma iluminação bilateral é mais eficiente do que a unilateral.

3) Soluções que otimizem a entrada de luz nas esquadrias: Prateleira de luz (Figura 4), persiana flexível (Figura 1), peitoril reflexivo (Figura 1).

Figura 4: Prateleiras de luz.

Fonte: http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/apostilas/eficiencia_energetica_na_arquitetura.pdf

Figura 5: 

Sem prateleira de luz: A luz penetra uma vez e meia da altura da janela;

Com prateleira de luz: A luz penetra duas vezes a altura da janela.

Fonte: http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/apostilas/eficiencia_energetica_na_arquitetura.pdf

4) Soluções na cobertura da edificação, próximas à cobertura ou entre pavimentos: (Figuras 1 e 2);

Átrio, duto de espelhos, poço de luz, shed, clarabóia, lanternim, domo, mansarda, água furtada, fibra ótica e piso transparente, ou até mesmo a junção de algumas destas estratégias: (Figuras 1 e 2);

5) Pintura externa e interna com clores claras (permitem maior reflexão da luz).

Estratégias para evitar ou minimizar ofuscamento em casas:

Estratégias externas:

1) Por ter uma melhor distribuição de luz no ambiente, a iluminação bilateral (principalmente com aberturas em paredes adjacentes) diminui as chances de ofuscamento;

2) Utlização de beirais maiores: principalmente na orientação norte (entre nordeste e noroeste), para evitar a incidência direta dos raios solares;

3) Utilização de brises: Horizontais na orientação norte (entre nordeste e noroeste) e verticais na orientação leste e oeste. A orientação sul não necessita, visto que não tem incidência direta de sol considerável.

4) Outras estratégias: Muxarabiscobogós (blocos vazados) e venezianas.

Observação: As estratégias 2, 3 e 4 também serão citadas futuramente na publicação de conforto térmico, pois podem reduzir consideravelmente a entrada de calor por radiação solar nas edificações.

Estratégias internas:

1) Uso de cortinas translúcidas (filtram a entrada de luz) ou totalmente opacas como a cortina blackout que barra totalmente os raios solares;

2) Persianas também são uma boa estratégia, existem vários modelos e com materiais diversificados: Horizontal, Vertical, Rolô, Romana, Celular, etc.

3) Utilização de materiais e superfícies não brilhantes, Ex: pisos, pedras, armários, pintura de parede, etc.

Apartamentos:

Observação 2: A grande dificuldade que temos em relação aos apartamentos está no fato de não podermos modificar sua área externa (fachada) para melhorias (apenas se for decidido em reunião de condomínio), ou seja, é muito importante saber escolher o apartamento certo antes da compra.

- A ser comprado (na planta ou já construído):

1) Pensando somente na iluminação, quanto maior as aberturas externas (janelas, portas-janelas ou vidros fixos), maior a iluminação; portanto, fique atento às dimensões das aberturas.

2) Qual a melhor orientação solar para o apartamento como um todo, em relação à iluminação natural?

Norte: A melhor orientação. Estará boa parte do dia bem iluminado (durante todo ano), principalmente na parte da manhã;

Sul: Pouco iluminado, nunca terá incidência direta do sol no inverno. Vantagem apenas devido ao fácil controle de luz, dificilmente causará ofuscamento, mas provavelmente você terá que utilizar iluminação artificial em alguns dias;

Leste: Bem iluminado durante todo ano, no período na manhã;

Oeste: Bem iluminado na parte da tarde, mas devido à inclinação do sol, (principalmente no inverno), pode causar ofuscamento visual, pois os raios solares penetram diretamente pelas aberturas, caso não tenham sido projetados elementos de proteção externos ou internos.

- Já comprados e/ou ocupados:

Norte: Se seu apartamento está nesta orientação (a maior parte dos cômodos), seja feliz. Hehe

Mas claro que as aberturas devem ser adequadas para permitirem a entrada de luz natural.

Sul: Pouco iluminado, até mesmo durante o dia, (dependendo do dia) e do tamanho das aberturas do apartamento.

Como melhorar: Usando luz artificial, mas acarretará em aumento da conta de luz.

Leste: Iluminado durante as manhãs (no ano todo), mas no decorrer do dia seu apartamento ficará mais escuro.

Como melhorar: Infelizmente só com uso de iluminação artificial, se necessário.

Oeste: Bem iluminado na parte da tarde, mas devido à inclinação do sol, (principalmente no inverno), pode causar ofuscamento visual, pois os raios solares passam diretamente pelas aberturas, caso não tenham sido projetados elementos de proteção externos ou internos.

Estratégias para evitar ou minimizar ofuscamento em apartamentos:

1) Uso de cortinas translúcidas (filtram a entrada de luz) ou totalmente opacas como as cortinas blackout que barram totalmente os raios solares.

2) Persianas também são uma boa estratégia, existem vários modelos e com materiais diversificados: Horizontal, Vertical, Rolô, Romana, Celular, etc.

3) Utilização de materiais não brilhantes no ambiente, Ex: pisos, pedras, armários, pintura de parede, etc.

 

Espero que tenham gostado e que consigam aproveitar estas estratégias que foram faladas no artigo de hoje.

Caso tenham dúvidas ou precisem de consultoria ou projeto, entrem em contato pelos meios que estarão mais abaixo.

Lembrando que esta é a primeira de algumas publicações referentes a conforto ambiental, então fiquem atentos às próximas!

Caso queiram se aprofundar no assunto, esta publicação teve como referência o livro: Eficiência energética na arquitetura.

Não poderia deixar de destacar o grande trabalho realizado pelo LABEEE - Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da UFSC, referência no país.

Enquanto acadêmico de Arquitetura e Urbanismo da UFSC tive o privilégio de ter aulas de conforto ambiental, onde foram utilizados os materiais desenvolvidos nas pesquisas realizadas pelo LABEEE.

Muito obrigado.

Abraços

Ricardo Cunha - Arquiteto

 

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