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Comerciantes da região da Baía Sul em Florianópolis terão que deixar o local

Publicado em 03/10/2013 Editoria: Florianópolis Comente!


Os arredores do Camelódromo Centro Sul permanecem vazios (foto: Larissa Gaspar)

Os arredores do Camelódromo Centro Sul permanecem vazios (foto: Larissa Gaspar)

Por Larissa Gaspar

No início deste ano, o estacionamento da região da Baía Sul de Florianópolis foi desativado. Em abril, o Direto do Campo foi demolido. Persistentes em meio a esse vazio e a falta de movimento, os comerciantes do Camelódromo do Centro Sul continuam de portas abertas. Mas eles são os próximos a deixarem o local.

 Em 15 de agosto os camelôs conseguiram a prorrogação da licença que os mantém na região da Baía Sul. Com a sentença dada pelo juiz federal Hildo Nicolau Peron, os comerciantes têm um ano e seis meses para deixarem o aterro. O prazo para a desocupação, que deveria ter terminado em julho deste ano já havia sido adiado duas vezes pela Justiça Federal.

O espaço de 32 mil metros quadrados do aterro da Baía Sul está sendo retomado na Justiça pela União, mas a área deve ser administrada pelo município, que planeja fazer no local um grande parque público. O projeto, chamado de Passarela Jardim toma como base a ideia original do aterro, assinado pelo arquiteto Roberto Burle Marx, em 1978 e pretende construir um sistema que integre o Centro à orla marítima. Ainda não existe um destino certo para as 158 famílias que utilizam o comércio como forma de sustento, quando a obra for iniciada.

Entenda por que a União está exigindo o espaço

Quando se diz que um bem é da União ou do município, significa que ele é um bem público, ou seja, de todos nós. Não deve ocorrer a exploração econômica por algumas pessoas. Por esse motivo o aterro está sendo retomado pela União. A administração pela prefeitura, com a revitalização (Passarela Jardim) permitirá que toda a coletividade tenha acesso ao espaço da Baía Sul.

Sobre a Passarela

Tendo como uma das alternativas a implantação do transporte marítimo, na planta já é possível visualizar a união do Centro ao mar através de uma grande plataforma – serão desembolsados R$ 10 milhões do município para execução do parque -, que será cortado por uma passarela que inicia com quatro metros de altura, cobre o Camelódromo e chega a 6,5 metros, sobre um grande auditório, restaurantes e lanchonetes. Ao redor haverá jardins, quadras de futebol e vôlei e pistas de skate e para corridas e pedaladas.

César Floriano, um dos arquitetos da Passarela Jardim e secretário adjunto de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de Florianópolis (SMDU) explica que “na concepção original do projeto eram 3 passarelas, mas agora será apenas uma, só que bem generosa”. Ele ainda conta que no térreo será feita uma área de multiuso, ou seja, um shopping popular com 180 vagas para comerciantes, que serão distribuídas por meio de licitação.

Os comerciantes

A Presidente da Associação do Camelódromo Cidade de Florianópolis (ACACIF), Rosemeri Rabello acredita que o projeto contém atrativos que podem melhorar o movimento do local “desde a demolição do Direto do Campo o fluxo aqui caiu muito, se o shopping for construído, essa parte da cidade vai ressuscitar”.

Além do fato de terem que sair do aterro daqui a um ano e meio, a falta de movimento também é reclamação entre os camelôs. “Se eu conseguir ficar aqui até dezembro, já está bom” observa o comerciante de artigos para celular, Carlos Muchagata que está há 2 semanas sem vender nenhum produto.

O comerciante Carlos Muchagata reclama da falta de movimento (foto: Larissa Gaspar)

Os comerciantes alegam que não têm para onde ir e confiam que a prefeitura irá arrumar um espaço para realocá-los. É o que pensa a comerciante Mara Rubia da Silva, que está há 16 anos no Camelódromo da Baía Sul “não sei qual será meu futuro se não conseguir uma das vagas do shopping popular. O projeto da Passarela é bom, mas se a licitação cobrar um valor muito alto pelos boxes muita gente já pode ir embora, como eu que não tenho condições” confessou a comerciante.

 

› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

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