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Dia Mundial de Luta Contra a AIDS (01/12): infectologista explica porque a AIDS não é mais uma doença 100% fatal

Publicado em 25/11/2015 Editoria: Saúde Comente!


Foto: divulgação internet

Foto: divulgação internet

Nos anos 80, no início da epidemia, a AIDS era considerada uma doença 100% fatal. Com o passar do tempo ela sofreu enormes transformações e, após o advento dos coquetéis, que nada mais são do que a combinação de medicamentos antirretrovirais, agora é considerada uma doença crônica. É o que afirma Jaime Rocha, infectologista do Lâmina Medicina Diagnóstica.

Segundo Rocha, os novos tratamentos transformaram completamente a cara da AIDS. O principal deles é o coquetel, conhecido no meio médico como HAART, que deriva do Inglês e que, traduzindo, significa Terapia Antirretroviral Altamente Efetiva. "Hoje, só morre de AIDS quem descobre tarde demais ou não acompanha a doença adequadamente", reflete o especialista.

Segundo o Ministério de Saúde, a taxa de AIDS tem permanecido estável no Brasil nos últimos dez anos, com uma média de 20,5 casos para cada 100 mil habitantes. De acordo com o Boletim Epidemiológico 2014, desde o início da epidemia, em 1980, até junho de 2014, o Brasil teve 757.042 casos registrados de AIDS (condição em que a doença já se manifestou), sendo 491.747 (65%) casos em homens e 265.251(35%) em mulheres.

Outra diferença do perfil da AIDS, se comparada com o período de início da epidemia, diz respeito à transmissão entre homossexuais, que prevalecia nos anos 80 e 90. Entre os maiores de 13 anos de idade, ainda segundo o Boletim do Ministério da Saúde, hoje prevalece a transmissão decorrente de relações heterossexuais. "Ou seja, a AIDS não é mais uma doença tipicamente homossexual", reforça o infectologista.

Para Rocha, apesar de haver falhas no SUS (Sistema Único de Saúde) em todo o território nacional e apesar de haver muito a ser feito em diversas áreas da saúde preventiva e assistencial de base, não podemos criticar o programa nacional de AIDS. "Realmente é um programa de sucesso, efetivo e que apresenta números muito impressionantes. Por isso, podemos afirmar que o Brasil é considerado um dos países exemplares no tratamento da AIDS", afirma.

Quanto à vacina contra AIDS, Rocha diz que ainda estamos distantes de um produto de alta eficácia, seguro e comercialmente disponível. "Realmente nos últimos anos este campo apresentou avanços fantásticos, com testes bastante promissores e esperamos, futuramente, ter novas notícias", fala.

O especialista lembra que, por ocasião do diagnóstico de AIDS, todo paciente deve fazer uma avaliação clínica geral e exames relacionados a outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e também à própria AIDS antes de se pensar nos exames periódicos de seguimento. Rocha divide os exames a serem feitos da seguinte forma:

- Relacionados à AIDS por ocasião do diagnóstico - CD4, carga viral HIV (estes dois exames são fundamentais para compreender em que momento da doença o paciente se encontra; os testes serão usados para definir se o tratamento já deve ser iniciado ou não). Rotineiramente também se faz a avaliação de exposição à tuberculose com PPD e RX de tórax;

- Avaliação clínica - Conforme a idade do paciente, história pregressa, história familiar ou queixas, haverá ajustes na lista que se segue: Perfil lipídico, função renal e hepática, hemograma com plaquetas e glicemia;

- Outras DSTs - Sempre que o paciente apresenta uma DST, deve-se pesquisar todas as demais. Portanto, um paciente com diagnóstico de AIDS deve realizar pesquisa de hepatites A, B e C, VDRL (sífilis), chlamydia e HPV;

- Exames de acompanhamento: a frequência dos exames e a lista exata de exames depende de diversos fatores mas, como regra, todo paciente deverá ser acompanhado minimamente pelo CD4 e Carga viral, além dos exames clínicos, conforme julgar necessário o médico responsável.

Mais informações nos sites aids.gov.br ou saude.gov.br

› FONTE: Talk Assessoria de Comunicação

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