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Síndrome metabólica e densidade mineral óssea em adolescentes

Publicado em 21/06/2017 Editoria: Curiosidades Comente!


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A adolescência é um momento crítico para o crescimento ósseo e o comprometimento desse processo durante a adolescência pode aumentar o risco de se desenvolver osteopenia, osteoporose e fraturas durante a velhice.

Há evidências de que a síndrome metabólica tenha um impacto negativo na densidade mineral óssea em adultos, mas esses achados têm sido questionados e estudos em adolescentes são escassos.

Embora vários estudos sugerem que a obesidade e a síndrome metabólica exercem efeito negativo na massa óssea em crianças e adolescentes, estudos futuros são necessários para confirmar essa conexão.

O termo síndrome metabólica refere-se à presença simultânea de fatores de risco cardiovascular específicos, incluindo obesidade abdominal, triglicerídeos altos, baixos níveis de colesterol HDL, pressão arterial elevada e glicemia de jejum alta (ou sob medicação para diabetes).1 Em 2006, a prevalência de síndrome metabólica entre adolescentes de 12 a 17 anos nos Estados Unidos foi de 4,5%, totalizando cerca de 1,1 milhão de jovens. 

Embora existam evidências de que a síndrome metabólica tenha um impacto negativo na densidade mineral óssea (DMO) em adultos, esses achados têm sido questionados. Além disso, estudos sobre a síndrome metabólica e seu impacto no osso em adolescentes são escassos.

"A adolescência é considerada um período crítico para o aumento da massa óssea", disse Tamara B. Lederer Goldberg, Profa. Adjunta Livre-Docente do Departamento de Pediatria da Universidade Estadual Paulista, no Brasil, e co-autora, com Valéria Nóbrega da Silva, e outros, de uma recente revisão de estudos que examinam o impacto da síndrome metabólica na DMO em adolescentes. "O principal crescimento ósseo ocorre durante essa fase e o pico da massa óssea é atingido durante ou imediatamente após essa fase. Aumento na deterioração da massa óssea durante este período pode levar a picos de massa óssea sub-ótima e aumentar o risco de se desenvolver osteopenia, osteoporose e fraturas durante a velhice ", acrescentou a Dra. Lederer Goldberg.

Na tentativa de esclarecer a conexão entre síndrome metabólica e DMO em adolescentes, da Silva et al. realizaram uma revisão de literatura sobre estudos relevantes publicados de 2004 a 2015. Alguns dos estudos revisados avaliaram o impacto da síndrome metabólica ou um ou mais dos seus componentes sobre o conteúdo mineral ósseo (CMO), DMO ou ambos.

Por exemplo, Afghani et al. avaliaram CMO, DMO e tolerância à glicose em 184 crianças com sobrepeso, de 8 a 13 anos de idade, com história familiar de diabetes tipo 2. Eles descobriram que o aumento da resistência à insulina estava associado à diminuição da CMO. De modo semelhante, Pollock et al., em 2010, avaliaram CMO e DMO em 140 crianças com sobrepeso, de 7 a 11 anos, das quais algumas (n = 41) eram pré-diabéticas e outras (n = 99) não. O CMO era 4% menor em crianças com sobrepeso e com pré-diabetes do que naquelas sem essas condições (P = 0,03). Em estudo posterior, Pollock et al. avaliaram o impacto dos fatores de risco cardiometabólico (CMR) (ou seja, os componentes da síndrome metabólica) entre 143 adolescentes com sobrepeso, com idade entre 14 e 18 anos. Eles classificaram as crianças como Saudáveis (n = 55), 1CMR (n = 46) ou > 2CMR (n = 42). Eles descobriram que o grupo Saudáveis apresentava massa óssea 5,4% maior do que o grupo 1CMR e massa óssea 6,3% maior do que o > 2CMR (P<0,04 para ambos). Em particular, excesso de peso, resistência à insulina, baixo colesterol HDL e adiposidade visceral parecem prejudicar a massa óssea.

Diversos mecanismos foram propostos para explicar como os componentes da síndrome metabólica podem diminuir a massa óssea. Por exemplo, liberações de gordura visceral, incluindo citocinas pró-inflamatórias, como a interleucina 6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), que estimulam a diferenciação de osteoclastos, que, por sua vez, promovem a reabsorção óssea. Diminuição de colesterol HDL tem sido associada à elevação da IL-6 e do TNF-α. A pressão arterial aumentada tem sido associada à excreção urinária de cálcio. Aumento nos níveis de triglicerídeos tem sido ligado a hipercalciureia, redução do fluxo sanguíneo para o osso e outros efeitos negativos.

"Se a síndrome metabólica e a inflamação associada são tóxicas para o osso, então o início precoce da síndrome pode ter um efeito muito deletério sobre o esqueleto ao longo da vida", disse o Dr. Clifford J. Rosen, Diretor de Pesquisa Clínica e Translacional e Cientista Sênior no “Maine Medical Center Research Institute” em Scarborough, Maine.

Embora haja muitas evidências convincentes para uma conexão entre síndrome metabólica e DMO em adolescentes, ainda não há um consenso. "Nossos estudos pediátricos sugerem que, quando anormalidades relacionadas à síndrome metabólica estão presentes combinadas com sobrepeso ou obesidade, isso poderia ter um efeito negativo na massa óssea", disse Norman K. Pollock, PhD, Professor Associado do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Geórgia, Universidade de Augusta. "No entanto," acrescentou Dr. Pollock, "é necessário continuar a trabalhar para estabelecer essa conexão".

Link original: http://www.medpagetoday.com/resource-center/Osteoporosis/Metabolic-Syndrome/a/63553

 

› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br) FMB

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